Segunda-feira, 22 de julho de 2024

A personagem mais poderosa da Marvel chega às telonas

‘Capitã Marvel’ é o primeiro filme da produtora protagonizado por uma super-heroína

Postado em: 07-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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‘Capitã Marvel’ é o primeiro filme da produtora protagonizado por uma super-heroína

GUILHERME MELO*

Ela ainda nem estreou nas telonas, mas já é uma pioneira. A Capitã Marvel, primeira super-heroína a ter um filme solo da Marvel, prova que as mulheres também podem se destacar na indústria dos quadrinhos, tipicamente dominada pelos heróis masculinos. Em ritmo de semana do Dia das Mulheres, o filme estreia, nesta quinta-feira (7), e carrega consigo o dever de introduzir o personagem mais poderoso do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), Carol Danvers.

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O enredo trabalha a mesma história que a do quadrinho, Carol Danvers (interpretada por BrieLarson) é uma agente da CIA que tem contato e o DNA fundido com uma raça alienígena (Kree), ganhando superpoderes, dentre eles, força sobre-humana, capacidade de voar e habilidades psíquicas. O filme será ambientado nos anos de 1990, e conta com a direção de Anna Boden e Ryan Fleck – além de apresentar o passado de Nick Fury, vivido por Samuel L. Jackson. 

Mas é o contexto que se destaca. Na década de 1970, antes da Capitã, a Marvel lançou o Capitão Mar-Vell, que não teve a popularidade desejada. A personagem Carol chegou não só para melhorar a história na ficção, como também como resposta à demanda social da época de debater o feminismo. “Carol é uma mulher forte, independente, carismática e com espírito de liderança, e neste filme ela representa o poder máximo no MCU”, classifica Suely Andrade professora de sociologia. 

Empoderamento 

O funcionário da Casa dos Quadrinhos Mandrake, Marcelo Faina, lembra que, historicamente, a indústria dos quadrinhos é dominada por heróis masculinos, verdadeiros exemplos de perfeição e virilidade. O motivo é que, no início, essas histórias eram criadas para meninos de 5 a 10 anos. Aos poucos, o público adulto foi ganhando presença e, depois, o feminino passou a ocupar boa fatia desse mercado. “Os heróis ajudam a reforçar bons valores na sociedade. Sempre houve personagens femininos nos quadrinhos, mas não com tamanho destaque como a Capitã Marvel e a Mulher Maravilha”, alerta o amante por quadrinhos.

Mulher Maravilha 

A Wonder Woman foi a primeira protagonista solo da DC Co– mics, e abriu o caminho do empoderamento feminino no mundo dos quadrinhos.

Explosão de bilheteria, a história de Diana Prince (Gal Gadot a interpreta) lançada em 2017 arrecadou mais de US$ 800 milhões. Ele se tornou o filme mais lucrativo entre as produções de heróis nos cinemas, destronando o querido Homem Aranha.

Para os especialistas, esses foram os primeiros de muitos longas-metragens com mulheres ocupando os papéis principais. “Há um incontestável crescimento de popularidade entre as representantes femininas das produções. Sucessos recentes, como a Jéssica Jones, Arlequina – personagem mais famosa do Esquadrão Suicida – e Gwen Aranha, mostram que esse público está sendo contemplado de forma mais justa”, finaliza Suely. 

Capitã Marvel é o primeiro filme da Marvel a ser protagonizado por uma mulher – e muitos outros devem vir pela frente, de acordo Kevin Feige, o chefe da editora nos cinemas. “Sentimos que será o primeiro de muitos”, disse o executivo em entrevista à revista The Hollywood Reporter. “Havia muitos homens na versão inicial dos Vingadores”, completou, ao ser questionado sobre o porquê de um filme com uma super-heroína ter demorado tanto a sair.

A Marvel já tem pelo menos mais um projeto protagonizado por uma mulher me desenvolvimento: o filme solo da Viúva Negra, personagem de Scarlett Johansson no Universo Cinematográfico da Marvel. O longa será dirigido pela australiana Cate Shortland. 

Brie Larson, protagonista de Capitã Marvel, também falou recentemente em entrevista ao Jimmy Kimmel Live, sobre a representatividade feminina nas telas. Ela contou que chorou ao ver Mulher-Maravilha e ao se dar conta de que não teve aquele exemplo quando criança: “Quando eu era criança, eu queria ser uma aventureira, queria ser uma sabichona, queria sujar minhas mãos, mas não foi até ir ao cinema ver Mulher-Maravilha… Eu pensei ‘por que isso está me fazendo chorar tanto?’ E percebi que era porque eu não havia tido aquilo, e tinha uma criança em mim pensando ‘Meu Deus, posso fazer isso!’”.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

 

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