‘Caetanear’: Abrindo temporada com Chave de Ouro

Caetano Veloso abre a programação do Flamboyant In Concert 2019, nesta terça-feira (26), com seus maiores sucessos

Postado em: 26-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Caetano Veloso abre a programação do Flamboyant In Concert 2019, nesta terça-feira (26), com seus maiores sucessos

GUILHERME MELO* 

Consagrado como um dos cantores e compositores mais influentes da música popular brasileira, Caetano Veloso abre a temporada 2019 do ‘Flamboyant In Concert’, nesta terça-feira (26), às 19h30. Um dos artistas criadores do ‘Movimento Tropicalista no Brasil’, criou e cantou canções de destaque como ‘Sozinho’ (intérprete), ‘Leãozinho’, ‘Você é Linda’ e ‘Sampa’.

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Retornando à Goiânia depois de quatro anos, mostrando ser um dos artistas brasileiros que nunca parou de se reinventa.  Isto porque, ao longo de sua carreira, Caetano traz um reportório que visita do samba-canção ao rock, consagrando-se desde o tropicalismo, movimento que mudou os rumos da arte no Brasil, até a atualidade.

Caetano Emanuel Vianna Teles Veloso nasceu em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, no dia 07 de agosto de 1942. Filho de José Veloso, funcionário dos Correios e Telégrafos, e de Dona Canô, com 14 anos foi com a família para o Rio de Janeiro. Estava sempre nos programas de rádio de César de Alencar, Manuel Barcelos e Paulo Gracindo.

Nasce um astro 

Caetano começou sua carreira na década de 1960, quando sua família voltou à Bahia. Nessa época, o artista ganhou um violão e passou a cantar com sua irmã Maria Betânia, em bares de Salvador. Ingressou na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia, aonde conheceu Gilberto Gil. Em 1964 participou do show ‘Nós, por exemplo’, ao lado de Gal Costa, Gil, Betânia e Tom Zé, na inauguração do Teatro Vila Velha.

Tropicalismo

Em 1967, Caetano se apresentou no 3º Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, quando cantou ‘Alegria, Alegria’, acompanhado pela banda de rock os Beat Boys, incomodando os conservadores, mesmo assim conquistou o 4º lugar, se tornando o marco inicial do Tropicalismo – movimento que participavam Caetano, Gil, Gal, Tom Zé e Torquato Neto, que unia ritmos regionais e guitarras elétricas que transformou a MPB.

Logo, o cantor lançou ‘Tropicália ou Panis et Circensis’, em 1967, um disco manifesto do movimento. Em setembro, se apresenta no Teatro da Universidade Católica (Tuca), em São Paulo, cantando junto com os Mutantes, a música ‘É Proibido Proibir’, onde recebe mais vaias que aplausos.

Versatilidade 

Caetano foi preso em 1969, pelo regime militar, acusado de ter desrespeitado o Hino Nacional e a Bandeira, partindo para o exilio em Londres. Em 1971, volta ao Brasil e no ano seguinte faz show em Salvador, ao lado de Chico Buarque. Em 1973 lançou ‘Araçá Azul’ e produziu shows para Betânia, Gal, entre outros.

O versátil artista, já fez parte de uma banda, os ‘Doces Bárbaros’, formandos pelo Caetano, sua irmã (Betânia), Gal e Gil. O grupo gravou em 1976 o disco ‘Os Mais Doces dos Bárbaros’ e excursionam por todo o Brasil. No ano seguinte Caetano vai com Gil ao Festival de Arte e Cultura Negra, na Nigéria. Grava o disco ‘Bicho’.

Prêmios

Ao longo de sua carreira, recebeu diversos prêmios, entre eles, o Grammy Award – Melhor Álbum de World Music, com ‘Livro’, em 2000, Grammy Latino: Melhor Álbum de Cantor: 2007, 2009 e 2013, Grammy Latino – Personalidade do Ano 2012, Grammy Latino – Melhor Canção Brasileira de 2014, com ‘A Bossa Nova é Foda’, Prêmio da Música Brasil – Cantor 2016, entre outros.

Proibir 

Caetano sempre teve uma precensa política muito forte no Brasil, e aos 76 anos, continua mostrando que tem muito pano para manga. No Carnaval deste ano, o artista lançou a música ‘Proibido o Carnaval’, em parceria com a cantora Daniela Mercury.  A letra é uma exaltação ao livre arbítrio, a dupla usa diversas metáforas para criticar as constantes tentativas de censura sofridas pela nossa sociedade.

São citados na letra alguns movimentos contraculturais que marcaram a história, desde a Rebelião de Stonewall (manifestação LGBT contra a violência policial novaiorquina em 1969) até a Tropicália, um dos movimentos mais importantes da música brasileira. O clipe faz uma crítica a fala da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que durante sua posse disse a frase, “Menino veste azul e menina veste rosa”, que causou grande repercussão. 

Filhos 

Desde outubro de 2017, Caetano se apresenta ao lado dos filhos Moreno, Zeca e Tom. Atualmente, o músico percorre viagens internacionais com a turnê “Ofertório”, que ganhou DVD gravado ao vivo. Nesses shows, tocam sucessos como ‘Alegria Alegria’, ‘O Leãozinho’ e ‘Reconvexo’.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJO sob orientação da editora Flávia Popov 

  

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