‘Purple Day’: Cuidados necessários com a epilepsia

Nesta terça-feira (26), e lembrando como o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, com o objetivo de desmistificar o preconceito e disseminar informações

Postado em: 26-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Nesta terça-feira (26), e lembrando como o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, com o objetivo de desmistificar o preconceito e disseminar informações

Da Redação

Uma doença que durante muitos anos foi subjugada com estereótipos como possessão demoníaca, crise de ansiedade, recebe nesta terça-feira (26), o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, mais conhecido como ‘Purple Day’. A data tem como objetivo, desmistificar o preconceito e disseminar informações sobre uma das condições mais antigas que atingem o ser humano.Sendo que desde 3.000 a. c. já existem relatos em papiros de pessoas acometidas por convulsões.

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Sendo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que em 50% dos casos a causa é desconhecida e, apesar de 70% dos casos serem facilmente controlados, ainda existe muito preconceito e falta de informação sobre o assunto.A doença neurológica se dá por uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, quando células cerebrais se comportam de maneira excessiva que se expressa por crises epiléticas que geralmente se repetem.

“As crises epilépticas podem se revelar como eventos motores, alterações da consciência, da sensibilidade ou sensoriais. A manifestação clínica vai depender da área do cérebro geradora da atividade neuronal excessiva”, explica a neurologista Luciana Rodrigues. As crises podem se manifestar de diferentes maneiras. Por exemplo, as convulsivas são quando a pessoa contrai os músculos como involuntariamente. Mas podem ocorrer ausências, quando a pessoa fica com o olhar fixo, perde contato com o meio por alguns segundos ou quando a pessoa não tem controle de seus atos, fazendo movimentos automáticos, como caminhar sem direção.

A médica ressalta que a doença se origina no cérebro, produzindo descargas elétricas anormais que ocorrem de maneira excessiva e causam as crises epilépticas ou convulsões. A origem pode ser congênita, isto é, presente desde o nascimento, ou adquirida por meio de traumatismos cranianos, infecções, uso excessivo de álcool e drogas, etc. “Por exemplo, quando acontece as crises da área motora do braço se manifestam com movimentos repetitivos do membro superior; crises do lobo temporal se manifestam com alterações da consciência e movimentos sutis de boca e mãos; já crises da área da visão se apresentam com fenômenos visuais e oculares”, exemplifica Luciana. 

O tratamento não deve visar apenas o controle dos sintomas, mas também a melhora da qualidade de vida do paciente. “Infelizmente, ainda existe preconceito social e familiar quando uma pessoa é diagnosticada com epilepsia. Na maioria dos casos, o indivíduo é capaz de trabalhar e levar uma vida normal. A doença, quando estigmatizada, pode causar um conflito crônico e o indivíduo começa a duvidar de suas verdadeiras capacidades, sintoma que pode passar despercebido no ambulatório ou consultório”, continua a especialista.

Formas de tratamento

Com o passar do tempo houve um significante avanço em relação ao tratamento de medicamentos e cirúrgicos. “De duas décadas para cá, os medicamentos apresentam menos efeitos colaterais e melhor biodisponibilidade, ou seja, no que diz respeito à interferência da droga no organismo do paciente”, conta. Esse efeito, para a médica, é excelente por conta da exposição da ‘droga’ no organismo do doente, assim levando ele à maior tolerância ao tratamento. 

Na maioria dos casos as crises epilépticas são facilmente tratadas com medicações orais, mas caso não tenha resposta, existem diversas abordagens cirúrgicas que estão reservadas para pacientes com crises refratárias ao tratamento medicamentoso. Nestes casos, Luciana alerta que existem critérios que incluem exames especializados como avaliação especifica com o médico responsável. “Em um dos exames, por exemplo, o paciente é internado em uma unidade hospitalar e monitorizado continuamente para detectar e caracterizar o início e o tipo de crise. É com essa investigação minuciosa que a equipe multidisciplinar”, conclui Luciana.

 

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