Neste 1º de maio, é celebrado o Dia da Literatura Brasileira

Nesta data, também é comemorado o aniversário do escritor José de Alencar

Postado em: 01-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Nesta data, também é comemorado o aniversário do escritor José de Alencar

SABRINA MOURA*

Poesias, trovas, versos, narrativas, bibliografias, conjunto de textos, histórias reais ou ficcionais. Na versão original de papel ou na digitalizada, não importa, a literatura sempre será uma viagem à liberdade. O Brasil e o Estado sempre foram um excelente representante da arte escrita. Neste dia 1º de maio, é comemorado o Dia da Literatura Brasileira. Para a presidente da Academia Goiana de Letras (AGL), Lêda de Alencar, este dia simbólico é de extrema importância. “Infelizmente, a literatura só tem força nesses dias comemorativos, porém, de qualquer forma, é importante essa evidência também para a literatura produzida em Goiás. Trabalhamos muito para que as autoridades, escolas e universidades deem primazia para a literatura produzida aqui”, diz ela.

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A data foi escolhida em homenagem ao aniversário de José de Alencar, famoso autor de romantismo e o primeiro a retratar o Brasil de forma realista; o sertão e a vida indígena eram seus temas favoritos. “Ele era de uma literatura nacionalista, deixando marcado na história da literatura a imagem do índio, da cultura e dos nossos costumes, marcando a história com a nossa brasilidade. Seus textos vangloriavam esse norte importante, quebrando paradigmas na época”, conta Lêda de Alencar.

Um dos desafios da literatura, atualmente, está relacionado ao interesse das crianças e dos jovens pela leitura frente à tecnologia. Segundo a escritora de literatura infanto-juvenil Yeda Marquez, os desafios de infiltrar as crianças na leitura não é nada fácil em tempos de internet: “Formar leitores não é algo muito fácil. Essa gama enorme de opções e tecnologias possui um poder de sedução muito grande sobre as crianças e os jovens. O interesse pela leitura, quando se tem o apoio da família, é algo mais viável. Se, desde pequenas, as crianças forem acostumadas a comprar livros, ouvir os pais lendo e frequentar eventos literários a fim de se aproximar deste universo, eu acredito que, ao chegar à escola, essa inclusão será algo mais fácil”.   

Yeda relembra que, embora tenha estimulado bastante seus quatro filhos para a leitura, somente um deles se interessou e se ‘formou’ leitor, os outros não leem. “Eu ainda acredito que, quando se é bem direcionada, se resulta no interesse e na interpretação das obras literárias”, finaliza Marquez.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov 

Confira as obras mais lidas de José de Alencar 

Senhora: um dos últimos romances escritos pelo autor antecipa alguns aspectos do realismo e do naturalismo, que dominariam a literatura brasileira nas décadas seguintes. O casamento por interesse, a sociedade de aparências e a hipocrisia são importantes temáticas abordadas por Alencar. Um marco para a literatura e para o Brasil em relação às críticas sobre a sociedade.

Lucíola: nesta obra, são os homens que estão em ascensão social. É o universo das cortesãs e dos homens abastados em forma de carta. Lúcia, uma meretriz, é atraída por um novo rapaz, que consegue enxergá-la além das aparências e dos preconceitos da sociedade carioca. Mais uma vez, o autor afronta a sociedade em um romance repleto de tramas amorosas e com um desfecho surpreendente.

Iracema: este livro faz parte da trilogia indianista de José de Alencar – que inclui ainda O Guarani e Ubirajara –, vertente da literatura romântica brasileira que buscou valorizar os temas e a língua nacionais. Amor proibido é a trama deste clássico, entre uma índia e um guerreiro português. Esta edição tem texto integral e traz notas explicativas para os termos não usuais, para facilitar a compreensão da obra.

Til: no Brasil os costumes e linguagem da vida rural são fatos que devem ser estudados, principalmente os antigos, pois geralmente são marcados por pela escravidão e pela disputa de poder. E é neste livro que Alencar expõe isso e presta uma das maiores contribuições ao Regionalismo brasileiro.

José de Alencar nasceu em 1829 no Ceará. Quando tinha 11 anos, sua família mudou-se para a capital do Império do Brasil, Rio de Janeiro. Aos 17 anos, iniciou seus estudos no curso de Direito e fundou a revista Ensaios Literários. É autor de Cinco Minutos, A Viuvinha, Senhora, O Gaúcho, O Sertanejo, Guerra dos Mascates e a trilogia O Guarani, Iracema e Ubirajara – dentre outros romances. Foi chefe e consultor da Secretaria do Ministério da Justiça. Em 1860, ingressou na política como deputado estadual, no Ceará, e, em 1868, tornou-se ministro da Justiça. No ano seguinte, candidatou-se ao Senado do Império, mas não foi escolhido por ser muito jovem. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1877, de tuberculose, após um tratamento médico fracassado na Europa. 

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