Remake de ‘Cemitério Maldito’ apresenta nova versão da história

GUILHERME MELO* 

Uma das obras mais horripilantes de Stephen King chegas às telonas nesta quinta-feira (9). Dirigido por Kevin Kolsch e Dennis Widmyer, Cemitério Maldito conta com Jason Clarke (O Primeiro Homem), John Lithgow (The Crown) e Amy Seimetz (Alien: Covenant), que protagonizam a história sobre um cemitério amaldiçoado. O livro de King já foi transformado em filme, no ano de 1989, com direção de Mary Lambert. A nova adaptação celebra os 35 anos do lançamento da obra, e conta com uma releitura, sem influência direta do filme de 1989.

O enredo conta a história do Dr. Louis Creed, interpretado por Jason Clarke, que, depois de mudar com sua esposa Rachel – vivida Amy Seimetz – e seus dois filhos pequenos de Boston para a área rural do Maine, descobre um misterioso cemitério escondido dentro do bosque próximo à nova casa da família. Quando uma tragédia acontece, Louis pede ajuda ao seu estranho vizinho Jud Crandall (John Lithgow), dando início a uma reação em cadeia perigosa que liberta um mal imprevisível com consequências horripilantes.

Para os diretores da nova adaptação, Cemitério Maldito é o melhor livro de todos os tempos de King, já que ambos são fãs do autor. “Para mim, grande parte do horror com que eu me deparo não é psicológico. E é nisso que me interesso. A razão pela qual estou nesta produção é porque o tema envolve algo que não é horror: o laço emocional entre um adulto e seus filhos. Aquela pergunta: ‘Até aonde você iria para ver de novo seu filho?’.Ou então: ‘O que faria para proteger seu filho?’. É por isso que Stephen King escreveu Cemitério Maldito, e amamos tanto”, ressalta Kolsch, um dos diretores. 

Mesmo com todo esse amor no universo do autor, essa adaptação apresenta algumas alterações, que movimentaram as redes sociais. No novo longa, quem sofre o acidente – sobre o qual a história gira em torno – é a filha mais velha do casal, Ellie (interpretada por Jeté Laurence). Assim como ocorre com Gage nas versões anteriores, ela é enterrada no Cemitério Maldito do título e volta à vida para assombrar os pais. Segundo Widmyer, eles ficaram nervosos com a ideia de alterar um fato da narrativa, e acabar ofendendo King. “Tenho uma filosofia sobre os remakes e atualizações de tramas antigas. Se fizermos a mesma história, que as anteriores, não vamos levar nada de novo ao público. Então, mesmo com medo, mudamos um fator da narrativa, que pode gerar uma consequência diferente do material original. Assim, os fãs podem escolher qual versão gostam mais”, ressalta o diretor. Widmyer ainda aiantou que, assim como acontece no livro com Gage, a Ellie ressuscitada e começa a ataca fisicamente e psicologicamente os pais.

Grande fase do terror

Os blockbuster atuais são inspirados em histórias em quadrinhos, uma fonte que já começa a se esgotar, e a receita já fica cansativa. Com isso, a indústria do cinema precisa girar novamente a ‘roda da fortuna’ para um novo estilo de filmes, e parece que Hollywood está de olhos abetos para os remakes dos sucessos do terror. 

Em 2017, foi It – A Coisa, agora é a vez de Cemitério Maldito. Curiosamente, as duas obras são baseadas em publicações de Stephen King. Os dois romances tratam da perda da inocência juvenil e são ambientados no estado natal de King, o Maine. Fora da ficção, King mora em Bangor, Maine. A cidade fictícia de Derry é o cenário de It: A Coisa. Em Cemitério Maldito, a família Creed comete o erro fatal de se mudar para a cidade fictícia de Ludlow, para, supostamente, ter uma vida mais calma. “Os dois livros exerceram uma atração sinistra sobre uma geração de realizadores que leram as histórias, quando crianças, e ficaram aterrorizados. De Guillermo del Toro até o diretor de ‘It: A Coisa’, Andy Muschietti, vários deles já cogitaram fazer uma versão de ‘Cemitério Maldito’ ao longo dos anos”, revela Dennis Widmyer. It; A coisa ganha uma sequência, que estreia ainda este ano. 

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob supervisão da 

editora Flávia Popov