Dia das Mães é um momento oportuno para se refletir a relação entre mães e filhos

Neste domingo (12), é celebrado o Dia das Mães, a quem é dedicado o amor de maneira incondicional

Postado em: 11-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Neste domingo (12), é celebrado o Dia das Mães, a quem é dedicado o amor de maneira incondicional

GUILHERME MELO E SABRINA MOURA* 

“Renovadora e reveladora do mundo, a humanidade se renova no teu ventre…”. Assim começa o poema Mãe, da poetisa goiana Cora Coralina – uma característica muito comum entre essas mulheres, que ganham seu dia especial neste domingo (12). Muito mais que uma data comercial, o Dia das Mães é um momento oportuno para se refletir a relação entre mães e filhos, aquela primeira relação social que temos na vida.

Segundo a psicóloga clínica infanto-juvenil e hospitalar Hully Segatti, pós-graduada em Neuropsicologia e mestranda em Análise do Comportamento, a relação mãe e filho é uma das mais importantes na vida de qualquer indivíduo. “A mãe é o primeiro contato humano que o indivíduo tem. Ela representa pontos cruciais na formação do ser humano”, explica a profissional. “Para a psicologia, o ‘ser mãe’ se forma desde o planejamento do bebê, do desejo e do vínculo inicial, desenvolvido e estabelecido de maneira harmoniosa. Todo elo construído a partir da gestação é algo marcante para o indivíduo”, completa Hully. 

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A data parece sensibilizar as pessoas de tal forma que elas deixam um pouco o universo individualista para dar lugar ao sentimento de gratidão, que é expresso nos dois sentidos da relação, de mãe para filho, e de filho para mãe. Mas as mães não nasceram sabendo ser ‘mãe’, elas aprenderam a se dedicar de maneira incondicional, com toda energia que acredita ter para proteger sua prole. “Minha mãe significa muito. De verdade, é o amor mais bonito que existe, e, mesmo não sendo perfeito, é a pessoa com quem eu posso contar o tempo todo. Chega a ser surreal uma pessoa que mora junto com você, que tem pensamentos diferentes, com quem às vezes brigamos…, mas é a pessoa com quem posso contar sempre. É a segurança de que temos um lar no mundo”, relava a estudante universitária Brenda Ribeiro. 

A jovem conta que sua mãe engravidou muito nova, com apenas 17 anos, e, desde então, teve de aprender a se virar nada vida. “Minha mãe criou responsabilidade muito nova; ela teve minha irmã, e, dois anos depois, eu. Éramos nos três, e ela tendo de aprender a se virar e a cuidar das crianças”, lembra Brenda. 

Carlos Drummond de Andrade deixou registrado no poema Pra Sempre: “Mãe não tem limite, é tempo sem hora”. O escritor já definia muito bem uma parte desse amor. Assim como a mãe de Branda, Íthala Ribeiro, essas mulheres não medem esforços para tirar um sorriso do rosto do filho, para proteger o seus pequeninos.

“Mãe não é uma pessoa, é uma forma de amar” 

Elas também são filhas, irmãs, madrinhas, tia, companheiras, avós e até mesmo homens. O dia ‘dela’ é para homenagear justamente essas pessoas que não precisa ser perfeita sempre. “Minha avó, foi uma mãe incrível. Sempre gostei muito de ficar na casa dela, e como meus pais eram bem novos, ela que me criou”, explica o fotografo Paulo Henrique Dias, 33. Mesmo criando com avó, Paulo conta que a donaElza Dias, de 79 anos, era bastante exigente. “Ela é muito amorosa, mas sempre foi rígida. Como qualquer mãe, ela me cobrava caráter, dignidade e que eu estudasse para ter um futuro promissor”, ressalta. 

Assim como a avó de Paulo Henrique, em situações específicas e estremas, é comum parentes assumirem o papel de ‘tutor’, e cuidar da criação e estudos da criança. Foi o caso da jovem, Larissa Marques, que foi criada pela avó e pelo o tio, Walter Marques, que se tornou uma espécie de ‘Pãe’, uma mistura de pai e mãe.  “Minha relação com meu tio é uma relação de muito amor. Foi ele quem sempre fez tudo por mim e para mim, foi com ele que eu aprendi a formar parte do meu caráter. É a pessoa mais bondosa é generosa que eu conheço, e nesse sentido eu sempre tento me espelhar nele” ressalta a jovem de 20 anos.“Mãe não é uma pessoa, é uma forma de amar”, finaliza.

Ao ser questionada sobre a questão do papel materno ser substituído por outra pessoa no caso da ausência da mãe, a psicóloga HullySegatti acredita que existe crianças criadas – e até muito bem criadas –, sem a presença materna não sendo motivo para se acreditar que esta figura não é necessária na vida da criança. “Crescer sem um dos pais é uma fatalidade que pode vir a ser bem contornada dependendo da situação em que o indivíduo se encontra.Vale a pena ressaltar que quando estou falando de mãe, é a figura de representação materna, não limitando aos pais biológicos nem aos que estão presentes e mantendo uma postura ausente diante do desenvolvimento dos filhos. Tanto o pai quanto a mãe, sejam eles representados por que for, são pessoas responsáveis da formação da psique durante a infância, pois são eles os primeiros a conviver com o indivíduo. Não devemos nos prender aos estigmas sociais de que esses papeis devem ser realizados exclusivamente por pais biológicos, devemos compreender que estamos falando de figuras que podem ser representadas por qualquer integrante da família desde que esta pessoa consiga desenvolver o papel tanto das necessidades físicas quanto afetivas e emocionais”, explica a profissional.

Presente do amor 

As mães sempre dividem tudo com os filhos, neste domingo (12), não deixe o Dia das Mães passar em branco, e isso não está relacionado ao ato de presentear, mas sim de expressar amor, carinho e afeto, o que elas fazem diariamente. Para quem tem o privilégio de ter, nessa data festiva, a mãe ou a pessoa que representa essa figura, por perto, aproveite para curtir um momento com ela.

No Dia das Mães você pode levar sua mãe ao cinema ou num restaurante, mas você também pode baixar um filme para assistir com ela, ir dar uma volta em um parque próximo ou preparar um almoço especial, pelo nesta data tão especial. “Pode parecer clichê, mas toda mãe só que aquele momento especial com a família, saber que somos amadas. As vezes na correria do dia a dia não conseguimos demostrar ou sentir isso. Toda mãe é meio ‘besta’ (riso)”, brinca Cleonice Oliveira, mãe. 

*Integrante do programa de estágio do jornal O Hoje sob orientação da editora Flávia Popov

 

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