‘O rap e as rimas de João’

SABRINA MOURA

Do encontro inusitado durante troca de palco em um festival, surgiu uma parceria pouco provável. Gêneros musicais que em princípio eram contrastantes conversam agregam e resultam em um som rico em influências e abrangência musical.O grupo de rap Santa Rima é a atração desta quarta-feira (5) no Guardians Empório Pub.

O vocalista João Santa Rima explica que o hip hop é o ritmo mais ouvido ao redor do mundo, nos últimos cinco anos, e possui muitas vertentes no Brasil. “Nós, vindo do Sul, Curitiba, temos desde o sotaque a outras referências cotidianas, e isso, quando em contato com outras culturas, é algo fantástico! A cena de rap em Goiânia é muito forte, há anos, e é uma enorme satisfação dividir o nosso trabalho com os artistas locais”, revela ele.

O rap e as rimas de João ganham ainda mais vida graças às melodias de corda de Du Gomide, conhecido no cenário cultural curitibano por suas composições e arranjos íntimos da MPB. As composições próprias, direcionadas pela melodia dos mais diversos instrumentos de corda, passeiam por um só tema. O Santa Rima retrata a rotina urbana, crua e diária de pessoas comuns, com um ‘quê’ de poesia e romantismo, normalmente pouco atrelados ao cotidiano. “O cotidiano é extremamente rico de detalhes e momentos nos quais somos forçados a mergulhar em diferentes sentimentos. Ver isso como compositor inspira muito! Quando transformamos em música, o público se identifica, se diverte e se emociona através dos ritmos e letras”, afirma o vocalista.

Propondo uma nova leitura da cultura do rap viabilizada pela abrangência dos outros gêneros que compõem suas músicas, Santa Rima prevê a ampliação do consumo cultural em Curitiba, bem como a expansão do repertório artístico dos cidadãos locais e nacionais. Depois de muitos shows em eventos importantes, um clipe gravado A Praia, single tocado em todo o Brasil, o primeiro CD foi lançado em abril de 2017.

Ao ser questionado sobre a expectativa para esta apresentação, João indica que é enorme. “Quando viemos pela primeira vez, em 2016, confesso que estava apreensivo por ter a imagem de Goiânia só gostar de sertanejo (risos). Após nosso show, descobrimos como o público goiano é caloroso e muito receptivo, fato que sempre nos deixa animados e com grandes expectativas. Gostamos tanto que já estamos retornando pelo terceiro ano seguido”. 

(Sabrina Moura é estagiária do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)