Entres deuses e farricocos

Escritora Maria de Fátima Gonçalves lança dois livros, neste sábado (8), em Goiânia

Postado em: 07-06-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Escritora Maria de Fátima Gonçalves lança dois livros, neste sábado (8), em Goiânia

GUILHERME MELO 

Ninfas, sereias e deuses da mitologia grega mesclados com a história e a poesia de Cora Coralina. Com esta premissa, a escritora Maria de Fátima Gonçalves lança os livros Cantos e Contos de Aninha e o Concílio das Musas e Cora Coralina e a Cidade de Pedras, neste sábado (8), às 9h30, na floricultura Bel Fiore Garden Center. Ambos os contos de fadas têm como personagem a famosa poetisa goiana – além dos tradicionais deuses gregos. 

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Segundo a escritora, a ideia para os livros surgiu após um passeio na cidade dos farricocos, participantes da procissão do Fogaréu. “Estava apresentando a cidade para uma amiga que veio da Bahia só para conhecer a Casa de Cora. Quando estávamos no passeio, vimos uma borboleta pousar na bica d’água. Assim que eu vi essa cena linda, tive a ideia de escrever uma história da poetisa com os seres mitológicos”, revela a autora em entrevista ao Essência. 

Maria de Fátima conta que sempre teve um certo fascínio pelos mitos da Grécia antiga, então relacioná-los com a história de Cora seria um prazer. “Quando fui estabelecer a narração, decidir contar a trajetória da escritora. Os livros servem como uma sequência, Cantos e Contos de Aninha e o Concílio das Musas retrata Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nome verdadeiro da escritora, em São Paulo, e Cora Coralina e a Cidade de Pedras  apresenta a escritora em seus primeiros anos áureos aqui no Estado”, explica a escritora. 

Os livros são classificados como literatura infantojuvenil, mas a autora carinhosamente os define de forma mais complexa. Segundo ela, as produções são um ‘ensaio poético de metaficção biográfico’. “A literatura mescla elementos da realidade de Cora Coralina e de Goiás, com fábulas. É puramente um livro educacional para crianças, jovens, adultos e idosos, ou seja, para todos!”, garante. Maria de Fátima revela que se utiliza da mitologia como uma forma de passar um ensinamento. “Grandes escritores sempre utilizaram essa técnica para explorar fenômenos naturais, elementos sociais ou narrar os feitos de um herói”, cita. 

Com 30 anos de carreira, Maria de Fátima explica que o objetivo do livro, além de informar, é levar o leitor para um universo mágico e estabelecer uma conexão com a natureza. “Escolhi uma floricultura para lançar o livro exatamente por conta do ambiente florido e harmônico sobre o qual escrevo. Acho que, assim, as pessoas conseguem se conectar melhor com a história e os personagens”, conta. 

A autora levou dois anos para concluir toda a obra, um processo que ela garante ser o mínimo para escrever um livro. De todo o processo para a criação, Maria de Fátima explica que a parte de que ela mais gostou foi a ilustração. “Todo o processo foi feito pelo meu filho de 25 anos, Everaldo Correia de Lima. Ele conseguir apresentar uma nova leitura para a minha história”, explica. Segundo ela, Everaldo participa da criação artística de seus livros deste que tinha 9 anos – fator importante para o jovem seguir os passos da mãe. “Ele já está produzindo alguns romances e contos além de continuar na ilustração de livros. É muito bom ver jovens, como meu filho, interessados em continuar o nosso legado”, finaliza a escritora. 

(Guilherme Melo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)

 

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