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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
jogos

Board games, uma diversão para a qualidade de vida

Com o estímulo de filmes e séries, especialistas afirmam que jogos de tabuleiros ajudam a diminuir o estresse e melhorar o raciocínio

Postado em 11 de junho de 2019 por Sheyla Sousa
Board games
Com o estímulo de filmes e séries

Foto: Divulgação

Guilherme Melo

Em dezembro deste ano a ‘Sony Pictures’ pretende lançar o
último filme da triologia ‘Jumanji’, contando a história de adolescentes que encontram
um jogo e vão parar dentro da história. O a saga reproduz um comportamento que
muitas outras produções audiovisuais estão replicando também, os jogos de
tabuleiros. Séries como ‘The
Big Bang Theory’, ‘Friends’, ‘Weeds’ e ‘Stranger Things’. Este último
apresenta quatro amigos tentando vencer um monstro de ‘Dragons e Dungeons’, que
veio para a vida real. A série trabalha como a memória, estratégia e raciocino
dos personagens, um estimulo presente nos jogos de tabuleiros que fazem
sucessos até hoje, nesta era do digital.

Rafael Matos, de 33 anos, conta que joga tabuleiros desde
criança, com uns 6 anos, e descreve que sua primeira experiência foi com o jogo
Banco Imobiliário. “Lembro de brincar com meus pais, avós e primos. Era bem
legal, uníamos toda a família naquele momento”, conta o rapaz.  Rafael explica que no universo geek, sinônimo
para a gíria nerd, existem três tipos de jogos não digitais. “Os card games,
que são jogos de cartas; Os role-playing games (RPG), que são os jogos de
interpretação de personagens e por fim, os board games, que são os jogos de
tabuleiros”, revela.

Atualmente, Rafael trabalha em uma loja especializada em
jogos e produtos culturais, e explica como os tabuleiros ajudam as pessoas.
“Acho que os boardgames ajudam muito no desenvolvimento das pessoas, são
excelentes dessestressantes. Depois de uma semana cansativa, eles (jogos)
ajudam a desenvolver um raciocínio lógico, novas amizades e até me ajudou em
outros idiomas”, garante.  Para alguns
pesquisadores os jogos de tabuleiros ajudam a desenvolver algumas funções que
serão úteis na vida adulta. E o que a psicóloga comportamental Amanda Machado
explica.

Amanda trabalha com o comportamento infantojuvenil há cerca
de 8 anos e conta como o jogo pode ajudar na construção psicocomportamental.
“Os tabuleiros ajudam a desenvolver a psicomotricidade, a memória visual e
verbal, os conflitos emocionais sem falar que desenvolve a interação social”,
relata Amanda. A psicóloga trabalha com os board games em suas seções, segundo
ela o jogo ajudar na aproximação entre profissional e paciente, além de ajudar
a entender a personalidade da pessoa que ela vai trabalhar, “Nas terapias
consigo entender como vou lidar com aquele paciente por meio dos jogos, consigo
saber se ele é sereno, se é calmo, se tem boa concentração ou não”, finaliza a
psicóloga. Ela afirma que algumas diferenças dos jogos digitais e de tabuleiro
podem influenciar na formação, “O jogo eletrônico por ser mais rápido não
trabalha com o raciocínio do jogador e também a interação social é menos
trabalhada” explica Amanda.

A psicóloga ainda conta que os desenvolvimentos das
habilidades psicomotoras podem ocorrer em qualquer época da vida, e não
necessariamente só na infância.  “Os
jogos são ótimos para crianças e adolescentes, mas são excelentes para adultos
e principalmente idosos que estimulam a concentração e a memória”, finaliza.
Para o designer Marcos Araújo, de 22 anos, os jogos sempre vão parte da sua
vida. Ele que teve o primeiro contato com os tabuleiros aos 6 anos, através do
irmão de um amigo, hoje ele já começa a ensinar seu filho de 2 anos. Marcos
participa do grupo ‘Quero Jogar RPG’ que organiza competições e eventos sobre o
mundo geek.

“Jogue como uma
garota” 

Na segunda temporada de ‘Stranger Things’ é apresentado a
personagem ‘Max’, interpretada pela atriz Sadie Sink. Na trama ela se muda para
a cidade fictícia de Hawkins e acaba conhecendo o grupo de amigos protagonistas.
Antes de Max entrar na turma e participar das aventuras e dos jogos do grupo,
alguns personagens criam uma certa resistência por ela ser menina. Essa
situação ultrapassa a ficção para a realidade, é o que a estudante
universitária Rafaela Moura explica. “Sempre você vê mais homens jogando, tanto
que das minhas amigas eu era a única que jogava”, conta a jovem de 23 anos. O
mercado de jogos para o público feminino em Goiânia ainda é fechado, mas já
apresenta uma certa melhoria. “Quando eu era criança, eu escutava muito que eu
jogava igual uma menina, sempre de forma pejorativa. Hoje os meninos me chamam
para jogar. Parece que o jogo virou (risos)”, brinca a jovem.

Mercado para poucos 

O mercado de jogos geek em Goiânia ainda é bem escasso conta
Rafael Matos. “O mercado é melhor nas redes sociais, abrir uma loja física
requer um bom projeto e muita determinação” comenta. Determinação foi a palavra
que Raubher Borba, de 28 anos, precisou para criar uma editora de jogos. “Fiz
um jogo de tabuleiro para meu projeto de conclusão de curso como Design
Gráfico, uma das barreiras que encontrei foi quem produzisse meu jogo, então
decidi criar minha própria editora”. 
Raubher já está com o lançamento do seu terceiro board game para o
segundo semestre deste ano. “Produzir jogos de tabuleiros, que sejam modernos é
uma dificuldade, ai que entra o trabalho do design de deixar as ilustrações,
personagens e gráficos realistas”, finaliza Raubher.

(Guilherme
Melo
é estagiário do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov) 

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