‘Mais digital e menos analógico’

No estúdio de ‘O Hoje’, empresário Thiago Gaúcho fala sobre a importância do investimento em plataformas digitais

Postado em: 09-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: ‘Mais digital e menos analógico’
No estúdio de ‘O Hoje’, empresário Thiago Gaúcho fala sobre a importância do investimento em plataformas digitais

Sabrina Moura

Não é impossível, mas atualmente é difícil não encontrar um famoso que não esteja presente nas redes sociais. Muitos deles não possuem tempo, disponibilidade ou conhecimento para lidar com tantas plataformas. Para isso existem profissionais, como Thiago Gaúcho, da Fábrica de Hits, que auxiliam interessados em ‘imergir’ no mundo digital. E este foi o assunto tratado, recentemente, em entrevista no estúdio do jornal O Hoje: Gaúcho falou sobre a importância de se estar presente no ‘mercado digital’ – e aproveitou para analisar o cenário musical brasileiro.

Thiago diz que sua empresa é estratégica – e para lançamentos musicais – em que é trabalhado diretamente o foco nas plataformas digitais. “Os streamings são o futuro; tudo está cada vez mais digital e menos analógico. Nós proporcionamos para o artista a possibilidade de ter um trabalho bem-feito e com um posicionamento legal dentro das plataformas digitais – que nada mais é do que trabalho correto dentro do Instagram, do YouTube, do Spotify, da Deezer –, proporcionando número melhor e real de seguidores, ouvintes e visualizações, formando uma base para a carreira”, explica Gaúcho.

Continua após a publicidade

Para o profissional, o mercado musical nunca esteve tão ‘aquecido’. “Pelo menos para o digital, o ano de 2019 tem sido mais ‘quente’, pois as duplas e artistas caíram ‘na real’ e perceberam que o digital é o futuro, e, se for para investir no digital, tem que ser bem feito”, conta.

Tendência dos estilos

Thiago explica que o sertanejo se reinventa; ele tem suas épocas, do sertanejo raiz, passando pelo universitário, um sertanejo mais pop e, agora, o sertanejo raiz da vaneira: “Artistas, como o Gusttavo Lima, estão trazendo uma outra vertente, que é a bachata, um ritmo meio caribenho e diferente no gênero. Em minha opinião, o sertanejo se mantém no topo por causa disso. Ele consegue se reinventar e não perder a essência, não que os outros estilos não tenham crescido. Tivemos uma alta do pagode – graças a Dilsinho, Ferrugem e essa galera que vem surgindo nos últimos tempos. O funk teve uma alta, nos anos de 2016 e 2017, e acho que em 2018 ele deu uma estagnada. O pop, embora possua poucas frentes, vem crescendo muito. Já o rock eu acredito que pode dar uma crescida do fim do ano para frente”.

Em relação ao funk e sua popularidade, Thiago confessa não saber ter uma explicação sobre o seu constante crescimento, que atinge todas as classes. “Para que a gente consiga ‘fazer’ um artista, atualmente, é necessário ter uma engrenagem entre o digital e as emissoras de rádio e TV – tudo andando junto. É estranho e engraçado, porque o funk não toca, na rádio, e, dificilmente, está na televisão por causa das letras. Houve uma aproximação do sertanejo com o funk para fazer a música ficar na rádio e tocar na televisão. O digital desse gênero é muito forte e acontece pela sua popularidade, por estar no gosto da galera. A gente que trabalha no meio não consegue explicar o que acontece com o funk para que ele tenha essa predominação tão grande no digital”, conta ele. “Existia um certo preconceito dentre o público do funk e do sertanejo. O que aconteceu foi que os artistas resolveram se juntar para poder aproximar as duas classes e fazer com que ambos escutem os ritmos. Essa ‘salada de fruta’ para o mercado é benéfica, não criando uma barreira de classes”, completa.

Carreira musical

Aos artistas que desejam iniciar bem a carreira, Thiago aconselha sempre ter foco, já que todo mundo tem um sonho e o sonho musical mexe muito com as pessoas. “Sempre digo que embora seja o que fazemos, nós temos muito cuidado, porque trabalhamos com o sonho das pessoas. Dependendo da maneira como conduzimos, isso pode-se acabar frustrando o artista uma pessoa que está batalhando há anos. O principal é foco e trabalho. A música é persistência. É achar a pessoa certa que saiba conduzir a verdade do artista e uma condução bem feita da carreira”, explica.

No digital o profissional relembra que é importante mostrar para o artista o ele deve investir ali e oporquê se está realizando determinada estratégia no seu digital. “Ele deve entender que música também é estratégia. O mercado digital há muito tempo é uma realidade, principalmente através do YouTube que foi um grande engajador disso tudo e atualmente, o próprio Spotify está concorrendo frente a frente com a plataforma de vídeos”, evidencia Thiago. “O que eu sempre digo para os artistas é que o mundo não vai voltar para trás, então, o digital só vai evoluir. Não adianta querer ir contra e ser analógico num mundo digital”, completa.

Thiago também explica a importânciade um trabalho legal e real no digital que não induza o artista a comprar seguidores, por exemplo, pois isso acaba sendo uma mentira contada para si mesmo. “Esses são números que enganam e não há um engajamento. A base de tudo é fazer o real para não atrapalhar a carreira. É algo que tira dinheiro e não agrega, não leva o seu trabalho para frente”, finaliza Gaúcho.

(Sabrina Moura é estagiária do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)

 

Veja Também