A história da viola cantada e contada

Sabrina Moura

Com uma mistura de teatro e música, o espetáculo Viola Cabocla: a História da Viola Cantada e Contada será apresentado, nesta terça-feira (23), às 20h, no Teatro Sesi. Com roteiro de Nilton Rodrigues e seleção musical de Adriana Caldas e Catupé, a peça conta a história da viola, desde a sua chegada ao Brasil, durante o descobrimento com os portugueses e os jesuítas, sua expansão e variações pelo território nacional.

Segundo Adriana Caldas, a ideia de montar esse espetáculo sobre a viola veio, no ano de 2011, quando ela e o Catupé participaram do espetáculo Goiânia Goiânia, em que Nilton também era o diretor, e os dois participaram da trilha sonora. “Nossa ideia era realizar um trabalho, juntos, com o roteiro dele. “Fomos conversando, desde aquela época, e, em 2017, por meio do Fundo de Arte e Cultura, nós elaboramos um projeto para a montagem do Viola Cabocla. Foi muito importante esse trabalho e essa parceria. O Nilton fez um roteiro muito bem elaborado, que tem muita história da viola”, afirma ela.

O nome do espetáculo, segundo Nilton, variou um pouco. “Na verdade, achamos que o caboclo e o caboclinho é um tipo bem brasileiro, e acaba não especificando, por exemplo, o caipira do Centro-Sul nem o sertanejo do Nordeste, pegando de uma forma mais abrangente o conceito de viola na música brasileira. O subtítulo é que ganha um sentido mais forte. Como a gente tinha músicas que fazem parte da história da viola e um texto que conta mais ou menos a trajetória do instrumento no mundo, ficou como subtítulo a história da viola cantada e contada”, explica Rodrigues.

Adriana afirma que a viola foi um instrumento importante na nossa cultura e no meio rural. “O espetáculo conta essa história, desde o início, e a gente busca também, através do repertório escolhido, acentuar bastante essa cultura popular; não só a música caipira, de raiz, mas também as músicas que são cantadas e, muitas vezes, ninguém sabe de quem é. “Para as demais músicas a gente foi buscando algo que falava sobre a viola, sobre a história e a miscigenação, que tem a nossa cultura. Esse espetáculo passa a mensagem da valorização da nossa cultura brasileira, em geral, pois cada estado tem a sua particularidade. Buscamos também incluir a folia de reis, uma cultura local de Goiás”, revela. “O espetáculo é muito alegre, com um texto muito rico em informações. Dentre as mensagens que ele transmite, é a da alegria do nosso povo, que gosta sempre de cantar, de dançar, resultando nessa cultura rica que nós temos hoje em cada estado”, completa Adriana.

Para Nilton, a importância em se falar sobre essa história é que a viola é, sem sombra de dúvidas, o mais importante instrumento da nossa cultura musical. “Falar sobre a viola e sobre a sua história, de certo modo, é tentar dar a raiz da música sertaneja, da música caipira, da música nordestina, ou seja, da música brasileira música de raiz, o seu verdadeiro valor. É buscar preencher de valor um instrumento, a sua musicalidade e a especificidade de um instrumento musical tão rico e cheio de potencialidades. De certo modo, valorizamos os seus elementos históricos, valorizamos as raízes e a tradição de viola”, conta ele.

Viola Cabocla não é uma aula, nem mesmo um espetáculo didático, embora seja rico em informações calcadas em séria pesquisa. A direção de Maria Cristina Souza procurou priorizar o prazer da boa música, a fruição, o lazer do espectador. O espetáculo teve sua estreia na 15ª Galhofada, em maio de 2018, em Goiânia, seguindo com nove apresentações, de junho a setembro de 2018, em escolas do município de Senador Canedo.

(Sabrina Moura, é estagiária do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)

SERVIÇO

‘Viola Cabocla: a História da Viola Cantada e Contada’

Quando: terça-feira (23) às 20h

Onde: Teatro Sesi (Av. João Leite, nº 1.013, Santa Genoveva – Goiânia)

Entrada: doação de 2kg de alimentos ou 1 livro literário (retire os ingressos antecipadamente)