Ruth de Souza: “Foi uma pioneira”

Artista, que faleceu aos 98 anos, foi a primeira atriz negra a se apresentar no Theatro Municipal

Postado em: 30-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Artista, que faleceu aos 98 anos, foi a primeira atriz negra a se apresentar no Theatro Municipal

Ruth de Souza morreu no domingo (28), aos 98 anos, no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. A atriz estava internada no Centro de Tratamento Intensivo, desde a última segunda-feira (22), para tratar de uma pneumonia.

O último trabalho de Ruth foi na minissérie Se Eu Fechar os Olhos Agora, da TV Globo, filmado este ano. Ela foi homenageada no carnaval de 2019 pela escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz durante desfile da Série A.

O ator Paulo Betti disse que a morte de Ruth é uma grande perda para a cultura do País. “Ela é uma figura muito importante para a cultura brasileira. Fez o Teatro do Negro. Foi uma pioneira”,lamentou Betti destacando que acompanhava a “brilhante trajetória” de Ruth na televisão, no teatro e no cinema. 

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O cineasta e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Cacá Diegues destacou que “Ruth de Souza não foi só uma grande atriz, como também foi um símbolo da ascensão da qualidade do trabalho dos negros, todos grandes atores”.

Ruth era conhecida como  a ‘primeira-dama negra do teatro, do cinema e da televisão brasileira’. Foi a primeira brasileira indicada ao prêmio de Melhor Atriz em um festival internacional de cinema, com o papel de Sinhá Moça, no Festival de Veneza, em 1954.

A despedida da atriz foi ontem (29), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, das 8h às 10h, em cerimônia  fechada para familiares e amigos mais próximos. Às 10h, o velório foi aberto ao público, que teve até o meio-dia para prestar as últimas homenagens.

Muito emocionado, o ator Milton Gonçalves destacou que o mundo artístico perdeu um talento. “É um até de repente (até logo). Foi embora um talento, uma amiga; há uma semana, estávamos conversando, fazendo espetáculos, participando de festas, e vem Deus e leva. Nós somos trabalhadores, damos saltos para as massas. Não é a primeira pessoa que viemos nos despedir aqui neste prédio. É uma dor sempre muito grande. Que Deus a chame com muito afeto”.

O enterro foi no Cemitério da Penitência, no Caju, em cerimônia fechada para a família. (Agência Brasil) 

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