Começa hoje a premiação sonora do cinema

Bienal Internacional do Cinema Sonoro começa hoje com o filme ‘Bacurau’, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles

Postado em: 28-08-2019 às 09h00
Por: Aline Carleto
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Bienal Internacional do Cinema Sonoro começa hoje com o filme ‘Bacurau’, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles

Sabrina Moura

Com uma visão original do cinema contemporâneo, dando enfoque para os diferentes profissionais que se dedicam ao processo técnico e criativo da dimensão sonora de um filme, começa nesta quarta-feira (28), a Bienal Internacional do Cinema Sonoro (BIS).

Para o idealizador e produtor Wadih Elkadi, a BIS é um evento único, pois não existe nenhum outro festival no mundo que premia só o som; existem festivais que premiam o som, porém um festival só voltado para ele não é realizado. “Algumas vezes as pessoas perguntam o que é o cinema sonoro, mas na verdade todo cinema é sonoro, a grande diferença é que o destaque do nosso festival é a qualidade sonora dos filmes apresentados e todas as premiações da bienal são voltadas para o som”, explica ele.

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Para a abertura do festival, será realizada no Cine Ritz uma sessão do filme ‘Bacurau’, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, premiado no Festival de Cannes com o Prêmio do Júri. A sessão começa às 20h30 e será seguida de um debate com Ricardo Cutz, editor de som do longa-metragem, e Mateus Alves, que assina a trilha sonora (em parceria com Tomaz Alves Souza).

Wadih revela que o diferencial desta segunda edição é que foram priorizadas uma grande quantidade de masterclasses voltadas para as trilhas sonoras de filmes brasileiros, para apresentar a forma de como esse trabalho é feito no Brasil. “Existe um grande destaque para o som, tanto que existe uma mostra voltada somente para a trilha sonora. O que a gente quer destacar é que o som no cinema é tão importante ou até mais importante do que a imagem. Por muitas vezes se acredita que a imagem num filme é mais importante que o som, e queremos frisar que não, os dois possuem a mesma importância na construção de uma narrativa para o cinema”, revela o idealizador do evento.

Mostras e sessões

Após a sessão de abertura com Bacurau, a BIS ocupa o Cine Ritz até o dia 4 de setembro com as Mostras de filmes, sempre a partir das 17h15. Além das mostras competitivas de longas e curtas-metragens, o festival promove algumas especiais nesta edição, como a Mostra Musical, que faz um recorte musical dos filmes inscritos, a Mostra Henri-Georges Clouzot e a Mostra Chris Marker, em homenagem aos cineastas. A mostra de curtas é gratuita e as demais terão ingressos no valor de R$ 10. 

Para esta edição, a Bienal recebeu cerca de mil (1 mil) inscrições de filmes para participar das mostras competitivas. Sempre buscando destacar o universo sonoro das produções, a II BIS premiará as seguintes categorias entre os filmes selecionados: Melhor Direção de Som; Melhor Som Direto; Melhor Edição de Som; Melhor Mixagem; Melhor Efeitos Sonoros; Melhor Som; Melhor Trilha Sonora.

Oficinas e masterclasses

O Cine Cultura é o local das duas masterclasses promovidas pela Bienal. No dia 28, Ricardo Cutz ministra a Masterclass de Edição de Som, às 10h. No dia seguinte, às 15h, começa a Masterclass: A Música de Bacurau com Mateus Alves. A participação será mediante a chegada no local, sem necessidade de inscrição prévia.

O idealizador evidencia que as masteclasses são para filmes comerciais e não comerciais: “Queremos mostrar essas duas vertentes diferentes, seja para um cinema mais autoral, seja para um cinema mais comercial. Vamos ter uma masterclass com a pessoa que fez a trilha sonora do filme ‘Bacural’, assim como teremos uma aula com o responsável pela trilha sonora do filme ‘Turma da Mônica: Laços’ que é mais comercial. Vamos tirar também todas as dúvidas de quem quer entrar no mercado sonoro”.

Wadih evidencia também que existe um profissional goiano que trabalhou como orquestrador da trilha sonora do filme da Turma da Mônica que é o Rogerio Sobreira. “Ele recebeu o convite para o filme fazendo a trilha sonora de documentários daqui de Goiás onde as produtoras paulistas o encontraram e o convidaram para o trabalho”, conta. 

As oficinas são voltadas para os profissionais das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. “Temos o intuito de trazer profissionais de relevância, não só nacionais, como também internacionais como o engenheiro de som mexicano Miguel Hernandez. Tivemos várias inscrições para as oficinas que comportam no máximo 20 pessoas e a seleção dos participantes foram realizadas pelos palestrantes”, finaliza Wadih.

Duas das oficinas são realizadas no Senac Cora Coralina: nos dias 28, 29 e 30, a Oficina de Edição de Som com Ricardo Cutz  e a Oficina de Mixagem de Som com Miguel Hernandez, nos dias 02, 03 e 04 de setembro. Já o Laboratório de Captação de Som para Realidade Virtual (VR), com Caio Loures, será ministrada na produtora F64 Filmes nos dias 3, 4 e 5 de setembro.

Programação

Até 4 de setembro, diversos locais da região central recebem a programação da Bienal. As mostras competitivas e especiais de filmes permanecem no Cine Ritz, na Rua 8; no Cine Cultura e Senac Cora Coralina serão ministradas a masterclass e as oficinas. O festival continua no centro da cidade baseado na política de dinamizar e movimentar a região com atividades culturais, além da valorização necessária dos cinemas de rua.

Quem encerra a programação da BIS no dia 4 é Hamilton de Holanda com o show “O som da imagem”, espetáculo que mistura projeções e improvisos musicais, no palco do Teatro Madre Esperança Garrido.

(Sabrina Moura é estagiária do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)

SERVIÇO

II Bienal Internacional do Cinema Sonoro (BIS)

Quando: de 28 de agosto a 4 de setembro

Entradas

Bacurau: www.veloxtickets.com/Bacurau

Hamilton de Holanda: www.eventbrite.com.br/hamilton-de-holanda

Programação: http://bis.art.br/programacao/

 

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