Você sabe administrar seu tempo?

Da Redação

Quem nunca disse que não conseguiu executar alguma tarefa por falta de tempo que atire a primeira pedra. Este tipo de reclamação faz parte do dia a dia da maioria dos brasileiros. No entanto, diferente do que se pensa, a falta de tempo não é o mal do século XXI. O grande vilão é o desperdício de tempo que, no Brasil, a média está acima de 45% entre os executivos, índice unânime entre especialistas.

Com 45 anos de experiência, o consultor de empresas e conselheiro estratégico de CEOs, Marcos Borela, explica que não existe técnica para administração do tempo. “Ninguém administra o tempo. Administramos nossa vida para ter tempo. Vida e tempo são palavras sinônimas. E se mede a vida pelo tempo e, quando este é desperdiçado, desperdiça-se na verdade a vida.” ressalta. “O que podemos e devemos fazer é aprendermos e praticarmos algumas técnicas para uma eficaz administração da nossa vida, no tempo”, explica.

A gestão do tempo deve ser sempre o primeiro passo para conseguir realizar tudo que a pessoa se propõe a fazer para alcançar objetivos. Segundo Borela, entre as vantagens de gerenciar melhor o tempo estão ter uma vida mais plena de realizações e conseguir vivenciar e obter melhores resultados nos seus diversos âmbitos: pessoal, profissional, familiar, conjugal, social, etc. “Somente aqueles que conseguem estabelecer objetivos claros para cada área na vida são capazes de organizar melhor o tempo e as prioridades para alcançá-los”, destaca.

Engana-se também que “estar ocupado” esteja ligado à produtividade. Ser produtivo não possui qualquer ligação com a quantidade de horas trabalhadas, mas justamente nos resultados gerados nestas horas.  “Produtividade é conseguir realizar aquilo que se pretende. E mesmo os melhores especialistas em gestão da vida no tempo, como eu, desperdiçam 15% de suas vidas”, brinca.

Borela, que ministrou palestra ‘Gestão do Tempo’ nesta quarta-feira (28), na sede da Ademi-GO, aponta quatro pontos básicos para gerir este precioso recurso e aplicá-los no cotidiano. O primeiro é o princípio do objetivo. “As pessoas, o tempo todo, têm que estar seguras do que elas querem que aconteça a cada momento. É onde queremos chegar”, explica. Uma dica é anotar, por escrito, as metas e os resultados que deseja alcançar iniciando o texto com um verbo de ação, além de especificar data alvo para a sua realização.

O segundo é a concentração. É quando o indivíduo compreende que possui vários papéis – pessoal, conjugal, sentimental, social – e precisa ser o mais pleno possível em todos eles. “Este princípio permite a convergência de todas as forças para uma determinada tarefa, por exemplo, em um momento específico.”

Em terceiro lugar está a proteção do tempo. Nesta etapa, aprender a dizer ‘não’ é fundamental. Aqui, a pessoa obtém resultados mais eficientes com menor esforço ao assegurar melhor utilização do tempo dela. E, por último, está o princípio do controle, que permite saber onde o tempo foi empregado e se as realizações e resultados estão de acordo com o planejado. “Permite também redirecionar os esforços e tomando medidas correlativas para alcançar as metas desejadas”, ressalta o consultor. “Quem aplicar esses quatro princípios no dia a dia vai ter um melhor aproveitamento do seu tempo, alcançado seus objetivos e tendo uma vida mais plena”, garante.

Desperdício

Levantamento realizado com 1.345 executivos de 9 países aponta os 16 desperdiçadores de tempo mais comuns no universo empresarial. O primeiro no ranking estão as interrupções telefônicas, seguidas por visitantes inesperados, delegação inadequada, reuniões e ausência de objetividade, prioridades e planejamento.

Adiar as tarefas constantemente, deixar as demandas para depois ou para os últimos minutos da prorrogação são alguns dos principais fatores que levam os profissionais a perderem oportunidades de crescimento. Esta postergação, se feita de maneira recorrente, pode ocasionar uma série de problemas para a vida da pessoa, a começar pela ansiedade e estresse, como é o caso da Síndrome de Burnout, um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho desgastantes.

Os 4 princípios básicos para gestão do tempo:

Princípio do Objetivo

Princípio da Concentração

Princípio da Proteção do Tempo

Princípio do Controle