Woodstock goiano em cena

Festival relembra sucessos dos 50 anos de um dos maiores festivais de música alternativa do mundo

Postado em: 06-09-2019 às 08h40
Por: Sheyla Sousa
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Festival relembra sucessos dos 50 anos de um dos maiores festivais de música alternativa do mundo

Guilherme Melo

Reviver um dos maiores festivais de música de todos os tempos em Goiânia é a proposta do Woodstock 50 Anos Festival, que ocorre nesta sexta-feira (6), a partir das 18h, no Centro Cultural Martim Cererê. Na programação, cinco bandas e DJs. Ideia é trazer de volta o lendário evento realizado na cidade de Bethel, em Nova York (EUA), no ano de 1969.

Segundo o produtor do evento, Milton Gonçalves, conhecido como Miltinho, um dos objetivos é colocar bandas do Estado no cenário nacional da música. “Goiânia é uma das cidades com maiores produções de música alternativa. O Woodstock destacava isso, em sua essência, então nada mais que justo trazer uma celebração do grande festival para o Estado. E, com isso, divulgar ainda mais o nome de artistas locais”, comenta o produtor. 

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Além disso, Miltinho comenta que o festival merece uma comemoração especial pelo pensamento que passou para as futuras gerações. “Na época do evento, nos EUA, estava ocorrendo a Guerra do Vietnã. Então imagine o tanto de famílias que perdiam seus filhos, maridos, irmãos e pais. Era um período de muita tristeza! O Woodstock veio com o objetivo de trazer um momento de paz e descontração para a população – além de passar uma mensagem que está viva até hoje”, explica o entusiasta. 

Seguindo o pensamento dos hippies, que já estavam em alta em 1969, o tema do Woodstock foi Paz e Amor. Uma mensagem que Miltinho explicar ter sido necessária naquela época, transcendendo. “Com toda a situação, a população buscava um brilho no escuro e um momento de tranquilidade. Então o festival foi bem mais do que um simples evento de música alternativa, foi uma oportunidade de confraternizar e se distrair em meio de tantas notícias ruins”, explica. 

Miltinho reforça a ideia de que a mensagem continua atual, até nos dias de hoje, sendo necessária. “Estamos em uma época de muita violência, falta de respeito e de amor ao próximo; precisamos voltar ao ‘paz e amor’ do Woodstock. E a melhor maneira de propagar o amor e a paz, em minha opinião, é pela música: uma linguagem que consegue atingir todos os públicos; com isso, decidimos fazer a Woodstock goiana”, revela. 

O evento, que é promovido pelo Goianidades Produções, conta com as apresentações da Banda Woodstock, de mesmo nome do evento, que fará tributo a Jimi Hendrix. Para o vocalista da banda, Hector Grecco, é um grande desafio interpretar os britânicos do The Who. “Todos da banda gostam e se inspiram no cantor, por isso preparamos uma homenagem especial para continuar com o legado dele. É um grande desafio, pois ele é um grande músico que carregou uma legião de fãs, mas vai ser um prazer cantar as obras dele”, revela. 

Assim como o festival goiano, Hector explica que a banda sempre se inspirou em Jimi Hendrix e na mensagem positiva que ele passava. “No início, nosso objetivo era tocar os grandes sucessos do Hendrix; gostávamos da ideia de levar o amor ao próximo e uma mensagem positiva. Então escolhemos o nome do festival que consagrou o músico, e, assim nasceu a Banda Woodstock”, lembra. 

Festival paz e amor 

No início, a ideia principal era promover a criação musical no norte de Nova York, fazendo uma série de shows. Ninguém imaginava que o Festival de Woodstock se tornaria um evento emblemático de uma geração e do movimento hippie, com sua mensagem idealista de paz e amor para romper uma década de violentas manifestações e assassinatos. O pano de fundo era a Guerra do Vietnã.

Isso foi há 50 anos, em agosto de 1969, uma época em que o rock ainda era jovem, em que ter cabelos compridos era um ato de rebeldia e em que as manifestações contra a guerra eram quase diárias. Entre 400 mil e 500 mil pessoas se reuniram, nos campos encharcados, para ouvir as estrelas da época – como Janis Joplin e Jimi Hendrix.

Era uma atmosfera de liberdade e de companheirismo, ilustrada por imagens de jovens caminhando nus, de mãos dadas, dividindo erva ou ácido, ignorando as chuvas torrenciais que castigavam a região dos Catskills, quase 200 quilômetros ao noroeste de Nova York. No line-up, nomes que se tornaram lenda, como Creedence Clearwater Revival, The Who e Crosby, Stills, Nash & Young.

Os produtores – John Roberts, Joel Rosenman, Michael Lang e ArtieKornfeld, todos nos seus 20 anos – rapidamente mudaram os planos diante das filas gigantescas que invadiam as estradas que levavam à fazenda de Bethel. O acesso ao festival se transformaria, então, na imagem do que foi o evento: livre. Logo depois dos primeiros acordes, um temporal caiu sobre o local, transformando o gramado em um campo de lama. Faltava comida. Não se ouvia muita coisa, mas era possível escutar os helicópteros que traziam os músicos.

(Guilherme Melo é estagiário do jornal O HOJE sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov) 

SERVIÇO 

Festival Woodstock 50 anos 

Quando: sexta-feira (6) a partir das 18h

Onde: Centro Cultural Martim Cererê (Bezerra de Menezes, Setor Sul – Goiânia)

Mais informações: (62) 3201-4688 

(Guilherme Melo é estagiário do jornal O HOJE sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)

 

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