Após risco de processo por transfobia, dupla sertaneja muda letra de música

Os goianos Pedro Motta e Henrique foram acusados de preconceito pelo conteúdo da canção “Lili” | Foto: reprodução

Postado em: 23-12-2020 às 21h45
Por: Carlos Nathan Sampaio
Imagem Ilustrando a Notícia: Após risco de processo por transfobia, dupla sertaneja muda letra de música
Os goianos Pedro Motta e Henrique foram acusados de preconceito pelo conteúdo da canção “Lili” | Foto: reprodução

Nathan Sampaio

Após a Aliança Nacional LGBTQI+ entrar com uma ação civil pública na Justiça de Goiás contra a música “Lili”, da dupla sertaneja Pedro Motta e Henrique, os cantores anunciaram uma mudança da letra, acusada por conter conteúdo transfóbico. 

A canção, lançada na última sexta-feira (18/12), contava a história de um homem que se apaixona por uma travesti. O homem se sente enganado ao descobrir a suposta “traição” depois de um mês de namoro, quando foram para um motel.

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Agora, segundo a dupla que se retratou pela segunda vez, um vídeo com o trecho alterado foi publicado no Twitter da dupla. Confira neste link. Neste novo vídeo, os sertanejos cantam a nova versão e, ainda, reproduzem dados da AntraBrasil (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) sobre o número de mortes sofridas pelos transexuais e travestis. “Nos posicionamos muito mal da primeira vez, mas errar é humano”, disseram. Na nova letra, os namorados vão ao motel e ao descobrir que Lili é travesti, ele diz que a namorada será “sempre a sua menina”. 

Ação Civil

A advogada Amanda Souto Baliza, que assina as ações com a entidade paranaense, explica que uma notícia crime também foi protocolada e serve para que o Ministério Público de Goiás investigue o conteúdo da música e caso seja constatado o crime, ofereça denúncia ao Judiciário. Já a ação civil pública pediu a retirada da canção das plataformas digitais de música, além de indenização por danos morais coletivos que serão revertidos para instituições que promovam a defesa dos direitos das pessoas transexuais e travestis no Brasil. 

Em nota, a entidade explicou que as ações foram movidas em razão de que nenhum tipo de preconceito deve ser admitido, “especialmente quando usado para alcançar fama ou dinheiro”.

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