Por que o coelho é símbolo da Páscoa?

O coelho é símbolo de fertilidade, renascimento e esperança da vida

Postado em: 05-04-2023 às 18h35
Por: Maria Gabriela Pimenta
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Ao contrário da lebre, os coelhos são pequenos, dóceis e domesticáveis | Foto: iStock

A Semana Santa é um momento de celebrações cristãs que tem início no domingo de Ramos e fim no domingo de Páscoa, dia para festejar a ressurreição de Jesus Cristo. Apesar da Páscoa ter origem judaica e ser mencionada na Bíblia desde o Antigo Testamento, o Coelho da Páscoa, símbolo moderno desta data, tem origens diversas que remontam tanto ao cristianismo quanto ao paganismo.

A imagem do Coelho da Páscoa representa a fertilidade, o nascimento e a esperança da vida. Desde o Antigo Egito, os coelhos já eram símbolos de renovação, devido à rápida reprodução da espécie.

Paganismo

Nas culturas pagãs, o coelho simboliza a fertilidade. Tradicionalmente, este animal representa a deusa germânica, Ostara, deusa da primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho pulando alegremente ao redor de seus pés. A deusa, o ovo e o coelho são símbolos da chegada de uma “nova vida”.

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Ostara, deusa da primavera | Foto: reprodução

Cristianismo

O coelho, para os cristãos na Antiguidade, era visto como símbolo de pureza e castidade, pois acreditava-se que estes animais fossem capazes de se reproduzir de forma assexuada. Isso contribuiu para que os coelhos fossem associados à Virgem Maria, mãe de Jesus, que também é conhecida por gerar vida sem contato sexual.

A imagem do coelho como símbolo de pureza, inocência e, ao mesmo tempo, fertilidade permaneceu durante toda a Idade Média e esteve presente até o Renascimento. Inclusive, o pintor renascentista Tiziano Vicelli retrata um coelho junto à Virgem Maria em um quadro chamado “A Virgem e o Coelho”.

A Virgem e o Coelho” (“Madonna del Coniglio“, no italiano original), é um óleo sobre tela do pintor italiano Tiziano Vecellio que pode ser apreciado no museu do Louvre, em Paris | Foto: reprodução

Ainda, há lendas que apontam que um coelho foi o primeiro ser a presenciar a ressurreição de Jesus e que esse animal era um símbolo de renovação por ser o primeiro a sair de sua toca com o fim do inverno e início da primavera (época em que a Páscoa é comemorada, usando o hemisfério Norte como referência). Esta mudança e representação são entendidas, dentro do cristianismo, como um símbolo importante da ressurreição.

Coelhos e ovos de Páscoa

A história que relaciona os coelhos aos ovos de Páscoa remonta à cultura popular germânica. Uma lebre conhecida como Osterhase (o famoso “coelhinho da páscoa”) levava ovos enfeitados às crianças durante o equinócio de primavera. Ela os escondia e cabia às crianças encontrá-los.

Os ovos de chocolate como conhecemos hoje só surgiram no século XVIII, por meio de confeiteiros franceses e, com o tempo, os ovos de galinha decorados foram substituídos pelos ovos de chocolate.

Assim, a partir do século XIX, a celebração da Páscoa foi transformada em uma celebração familiar, momento de interação entre pais e filhos. Geralmente, os pais organizam uma brincadeira de “caça ao tesouro” para que as crianças encontrem os ovos de Páscoa escondidos.

Por ter se tornado um momento de brincadeira caseira infantil, a imagem da lebre (grande e agressiva) foi substituída pelo coelho (menor e mais dócil).

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