Planta sul-africana pode ser a nova “maconha” medicinal

Cientistas israelenses descobriram compostos químicos semelhantes aos da cannabis (canabinoides) em planta usada em rituais religiosos na África do Sul.

Postado em: 10-05-2023 às 14h19
Por: Julia Kuramoto
Imagem Ilustrando a Notícia: Planta sul-africana pode ser a nova “maconha” medicinal
Foto: Reprodução/Wikipedia - Didier

Cientistas israelenses descobriram compostos químicos semelhantes aos da cannabis (canabinoides) em planta usada em rituais religiosos na África do Sul. Dessa forma, um estudo com os resultados desta pesquisa saiu no começo do mês de maio, pela revista Nature Plants.

A Helichrysum umbraculigerum é parente dos girassóis, margaridas e dos alfaces, e produz canabigerol (CBG) e outras cinco substâncias. De acordo com os cientistas, essa descoberta reforça o potencial terapêutico do vegetal.

Remédio nas flores

Entretanto, segundo os pesquisadores, existe uma diferença significativa entre a Helichrysum umbraculigerum e a cannabis. Na planta sul-africana, os compostos químicos encontram-se espalhados pelas folhas, enquanto os da cannabis ficam concentrados nas flores.

Continua após a publicidade

Os pesquisadores do Wizmann Insitute of Science analisaram o vegetal por completo em laboratório, em Israel. O grupo descobriu 40 compostos químicos do tipo – a cannabis concentra 100.

Porém, apenas seis são idênticos entre si nas duas espécies. Isso significa que é possível encontrar ainda mais compostos que impulsionem seu potencial terapêutico.

Dessa maneira, os pesquisadores detectaram a ausência do canabidiol (CBD) –  prescrito para o tratamento da dor e sintomas da esclerose múltipla – e do tetrahidrocanabinos (THC) – responsável pelos efeitos psicoativos e neurotóxicos -, que são os canabinoides mais famosos da cannabis.

No entanto, a Helichrysum umbraculigerum tem altas concentrações do CBG, composto estudado de forma promissora no tratamento de diversos distúrbios neurológicos e contra o câncer.

Vantagens

Uma das vantagens percebidas no estudo da planta, é que ela não provoca nenhum efeito psicoativo. Ademais, a nova espécie pode ser mais rentável, em produção de larga escala, já que altos níveis de CBG, por exemplo, seriam mais facilmente obtidos.

“Encontramos uma nova fonte importante de canabinoides e desenvolvemos ferramentas para sua produção sustentada, o que pode ajudar a explorar seu enorme potencial terapêutico”, explicou Shirley Berman, uma das autoras do estudo, em comunicado.

Leia também:

Veja Também