Existe um túnel ligando São Thomé das Letras a Machu Picchu?

É bem provvel que Machu Picchu é uma das cidades mais emblemáticas da América do Sul, principalmente por sua enorme relevância histórica na região e por sua importância para o antigo Impérico Inca. Localizada no Peru, todos os anos a cidade atrai turistas de cada parte do mundo.

Mas, você sabia que existe um caminho que liga o Brasil até esse belíssimo lugar, por uma passage no subssolo? Bem, ao menos é o que sugere uma teoria maluca. Segundo a lenda, a gruta do Carimbado, localizada em São Thomé das Letras (MG), funcionaria como um “portal dimensional” para o outro lado do continente.

O início de tudo

A 346 km de distância da capital mineira, Belo Horizonte, a cidade de São Thomé das Letras é um município remoto com uma população estimada em 6.655 habitantes. Sendo assim, ningeúm poderia imaginar que a cidade é dona de uma das lendas mais intrigantes de todo o território nacional.

Segundo o folclore da região, a gruta do Carimbado, um labirinto feito de pedras e que é proibido a entrada, conectaria o Brasil com o Peru, mais especificamente, Machu Picchu – que está a 3.060 km de distância da cidade brasileira. A conexão, segundo a lenda, ajudaria a explicar o sumiço dos incas que habitavam os Andes e que teriam ido para São Thomé através da “passagem”.

Porém, se a distância abismal entre as duas cidades não fosse suficiente, algumas pessoas acreditam que a caverna secreta seria uma espécie de portal dimensional, que transporta energia para outra parte do planeta. No entanto, como nenhuma pessoa chegou até o fundo da caverna nos últimos anos, essas dúvidas jamais poderiam ser respondidas.

Um bom histórico de mitos

São Thomé das Letras ficou bastante famosa no Brasil após aparecer na minissérie ‘Filhos do Sol’ (1991), exibida pela extinta Rede Manchete. Em sequência a fama adquirida pelo município, a gruta do Carimbado acabou ganhando reconhecimento pelas inúmeras lendas contadas pelos habitantes da região.

A gruta fica na estrada para São Bento do Abade, a 6 km de São Thomé. Além de sua possível ligação com Machu Picchu e o povo inca, a caverna também ganhou fama por abrigar um grupo intraterrestre, que teriam accesso restrito poe ali. Inclusive, alguns místicos acreditam que São Thomé das Letras seja um dos sete pontos energéticos ( chacras) da Terra.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Espeleologia, a gruta possui 212 metros topográficos. Então, isso significa que ela é bem funda e de difícil locomoção. Um dos motivos desses diversos mistérios seguirem vivos é justamente porque ninguém consegue chegar até o final da caverna. Logo depois dos primeiros 100 metros, o canal de pedras vai se estreitando e a quantidade de ar vai diminuindo.

Conexão entre países

Embora a história da gruta dos Carimbados seja muito louca para se acreditar, tendo em vista que não se pode provar cientificamente a existência de um portal dimensional que transporte pessoas por 4 mil km de distância, é simplesmente inimaginável pensar que existiria um caminho no subsolo que conecte Brasil e Peru.

Mas, a história pode ter sido baseada em uma rota que um dia uniu o nosso país e nossos vizinhos sul-americanos. Trata-se do caminho do Peabiru, uma enorme rede de trilhas utilizadas por populações indígenas há algumas centenas ou milhares de ano.

Resumidamente, o Caminho do Peabiru possuía diversas saídas, sendo uma delas por São Vicente, no estado de São Paulo, e se ramificava por vários outros lugares do Brasil, como perto de Cananeia (SP) e São Francisco do Sul (SC). De acordo com pesquisadores, o trajeto teria uma média de 3 mil km de distância, nos quais era necessário atravessar matas, rios, pântanos e cataratas.

Colonização das Américas

Na visão de historiadores, rotas como o caminho de Peabiru teriam tido grande importância para a colonização da América do Sul, uma vez que ganharam grande relevância entre os europeus por volta de 1514. Naquele ano, exploradores teriam sido informados pela população local que no interior do continente vivia uma civilização rica em ouro e prata.

Assim surgiram as primeiras incursões pelo Rio de La Plata. Os espanhóis, acompanhados de indígenas, teriam andado, nadado e até mesmo entrado em lutas sangrentas pelo trajeto que cruzava o continente. Alguns trechos dessa trilha ainda existam hoje em dia e até mesmo são estudados.

Contudo, como a natureza toma conta de boa parte dessa porção de território na América do Sul, a saída mais simples de unir o Brasil ao Peru, seja de São Thomé das Letras a Machu Picchu ou São Vicente a Cusco, é somente pegar um avião até o outro país.