Conheça o Ken e a Barbie do crime

O casal sequestrou, estuprou e matou diversas jovens enquanto filmavam os crimes

Postado em: 20-07-2023 às 17h07
Por: Cecília Epifânio
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Conheça o Ken e a Barbie do crime | Foto: Reprodução

Reza a lenda que Paul Bernardo era uma criança bastante feliz e risonha. Loiro e de olhos claros, o pequeno canadense parecia ter saído daqueles comerciais de margarina bem clichê, e sempre com um humor inabalável.

Nem mesmo um escândalo familiar foi capaz de derrubar Paul. Seu pai, Kenneth, foi acusado de abuso infantil e de molestar a própria filha, irmã de Paul. A revolta só veio quando sua mãe, Marilyn, confessou que ele era fruto de uma traição. Paul tinha 16 anos. Aquele adolescente alto, loiro, dos olhos azuis e porte atlético nunca mais foi o mesmo.

Ao fim da década de 1980, Paul começou a demonstrar um grande desprezo pelas mulheres. E ali começaria a sua jornada como o Ken assassino. Foi quando passou a atrair mulheres de 15 a 21 anos em bares, seduzindo as jovens para depois espancá-las e humilhá-las durante o sexo.

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Não satisfeito, ele passou a sequestrar mulheres em pontos de ônibus ou até mesmo dentro das próprias casas para depois estuprá-las. Várias delas foram assassinadas.

Seu rastro de destruição pelo subúrbio de Scarborough, no Reino Unido, chegou a 19 casos e só piorou quando o Ken conheçeu a sua Barbie: Karla Homolka.

Vítima se torna cúmplice

Quando se conheceram, Paul tinha 23 anos e Karla 17 anos. Ela era descrita como uma garota “normal, bonita esperta e popular”, Karla gostava tanto de animais que chegou a trabalhar em uma clínica veterinária quando terminou o colégio.

Infelizmente, ela não demosntrava o mesmo apreço com vidas humanas. Foi por esse motivo que Karla não se tornou mais uma vítima de Paul. Ao descobrir que ambos compartilhavam as mesmas fantasias violentas, eles começaram a namorar, e logo estariam casados, com direito a carruagem puxada por cavalos brancos e tudo o mais.

Algumas vítimas de Paul chegaram a prestar queixa na polícia e ele chegou a ser interrogado duas vezes, mas foi liberado. Aparentemente, a aparência de “bom moço” ajudou bastante na sua liberação – algo meio Ted Bundy.

Liberado, Paul continuou sua rotina sádica, com o consentimento da mulher – que além de encorajar, filmava os diversos crimes do marido. A Barbie do crime encorajou o seu Ken até mesmo quando ele cismou com a irmã de Karla, Tammy, de apenas 15 anos. Karla prometeu dar a virgindade de sua irmã para o marido, como presente de natal.

paul bernardo e karla homolka
Foto: Reprodução

Para cumprir com o trato, Karla roubou alguns tranquilizantes da clínica onde trabalhava. Com a jovem desacordada, os dois ligaram a câmera e passaram a estuprá-la. Intoxicada, Tammy acabou morrendo asfixiada pelo próprio vômito.

O casal correu para limpar a cena do crime e, por uma sorte imensa, conseguiram se safar. A morte da garota foi atestada como oversode de álccol.

O casal finalmente desmascarado

A sádica jornada do casal teve fim em 1992, quando a polícia canadense ligou outros dois assassinatos de jovens, com as mesmas características, aos mesmos responsáveis. A partir daí, retomaram vítimas anteriores, fizeram um retrato falado e receberam inúmeras denúncias, que alertavam sobre o apreço de Paul pela violência. 

Antes de serem capturados, Paul e Karla chegaram a se separar, depois que ele a espancou. Dois meses depois, uma amostra de DNA de Paul mostrou ser compatível com a do estuprador de Scarborough, levando a polícia a seguir seus passos.

paul bernardo e karla homolka

Karla fez um acordo judicial e testemunhol contra o ex, de quem disse ser mais uma vítima. À Justiça, ela contou que Bernardo disse ter estuprado pelo menos 30 mulheres, incluindo sua irmã. Com a confissão, Karla ficaria presa por apenas 12 anos, mas foram descobertas as fitas com os crimes cometidos pelo ex-casal. A Barbie deixou de ser vítima e passou a ser vista como a sádica que realmente era.

Levado a julgamento, Paul Bernardo foi considerado culpado de todas as acusações contra ele e condenado à prisão perpétua pelo estupro, assassinato e sequestro de duas adolescentes, embora se acredite que ele matou mais algumas. Karla foi solta em 2005, casou-se novamente e se tornou mãe. Já Paul entrou com um pedido de liberdade condicional em 2018, o que foi negado após 30 minutos de deliberação. 

Um advogado, em nome das famílias das vítimas, relatou que “nunca houve um pedido de desculpas por Paul Bernardo. Nunca houve qualquer indicação de remorso”. De fato, Bernardo admitiu ao tribunal que não sentiu nada por suas vítimas no momento de seus crimes. Recentemente, Paul foi transferido para uma prisão de segurança média, gerando revolta no Canadá. A decisão da Justiça está sendo analisada.

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