Curiosidades surpreendentes sobre o olfato dos cães

O nariz do animal conhecido como "o melhor amigo do homem" é tão sensível que é capaz de calor e odores nunca sentidos pelos humanos

Postado em: 21-07-2023 às 15h58
Por: Cecília Epifânio
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Curiosidades surpreendentes sobre o olfato dos cães | Foto: iStock

Não é de hoje que os cãezinhos fazem parte de nossa sociedade. Eles foram os primeiros animais a serem domesticados pelos humanos, há 30 mil anos. Ao longo dos séculos, foi gerado uma linhagem de mais de 400 raças, cada um com suas características e códigos genéticos.

Todas vêm de uma única espécie do gênero Canis e têm um único ancestral em comum: o lobo-cinzento, que foi domesticado há 15 mil anos, segundo estudos feitos pelo National Institutes of Health (NIH, em inglês), agência de pesquisa dos Estados Unidos.

O olfato de um cão é 100 vezes mais desenvolvido e sensível do que o dos humanos. Esse sentido canino é tão apurado que auxilia nas localizações de vítimas de desastres, como terremotos ou desabamentos. A razão desse olfato aguçado é devido a morfologia da cavidade nasal desses animais.

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Como funciona o olfato de um cão?

Em um estudo publicado na revista científica Science intitulado “The secret of a dog’s sniffer” (O segredo do faro de um cão, em tradução livre), revela que os cães tenham uma estrutura anatômica chamada recesso olfativo. Trata-se de uma espécie de labirinto das vias aéreas que os humanos e primatas não possuem.

O recesso olfativo dos cães fica localizado atrás dos olhos, ocupando metade da parte interna do nariz deles. Essa parte é tão aguçada que permite os canídeos perceberem odores jamais sentidos pelo nariz humano.

O nariz dos cães tem um padrão de fluxo de ar nasal exclusivo, como afirmam os pesquisadores na Science. “Isso ajuda a transportar rapidamente as moléculas de odor por uma única via aérea até o recesso olfativo”. Além disso, os canídeos são capazes de reter o odor em seu labirinto de receptores olfativos mesmo depois de exalar o ar. 

Os cães criam imagens mentais a partir do que cheiram

Um artigo novo, também publicado na Science, intitulado “What do dog see when they smell something?” (O que os cães veem quando sentem o cheiro de algo?), explica que os doguinhos têm a capacidade de “visualizar mentalmente o que querem procurar” com base no olfato.

Cãe de família e outros treinados pela polícia concluíram com sucesso o estudo sem parâmetros diferenciais em seus resultados. Isso sugere que os cãezinhos treinados não precisam de treinamento para realizarem tal façanha.

Eles são capazes de criar imagens mentais de sua família, incluindo os donos e outros bichos.

O olfato é capaz de captar a presença de outros animais através do calor

O nariz dos cachorros consegue detectar radiação térmica fraca, ou seja, o calor corporal dos seres vivos que estão próximos dele. Essa informação consta no estudo publicado em 2020, na Science, chamado “New sense discovered in dog’s noses: the ability to detect heat” (Novo sentido descoberto no nariz dos cães: a capacidade de detectar calor).

Isso explica o porque dos caninos conseguirem se orientar e até mesmo “caça” com problemas de audição, visão ou olfato.

Os cientistas suspeitam que esa habilidade tenha sido herdada de seu ancestral, o lobo-cinzento, em respota à necessidade de sentir a presença de corpos quentes a longas distâncias em uma caçada.

A região da ponta do nariz dos cães é rica em nervos, o que ajuda a detectar o calor. No entanto, a publicação da Science esclarece que a impressionante capacidade olfativa dos canídeos é resultado não só do nariz, mas também do cérebro, que processa uma série de sinais e estímulos.

Cãe farejam outros animais através das fezes

O artigo “Faeces-sniffing dogs track endangered wildlife” (Cães farejadores de fezes rastreiam animais selvagens ameaçados de extinção, em tradução livre), publicado pela Science, em 2015, descreve cachorros capazes de encontrar pessoas desaparecidas.

Outros farejam fezes para ajudar a identificar a presença de animais ameaçados de extinção. Alguns cães que participaram do estudo foram capazes de diferenciar doze tipos diferentes de fezes, desde iguanas até lobos-guarás. 

Para fazer isso, diz a Science, é usado um treinamento semelhante à maneira como os cães identificam narcóticos nos aeroportos.

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