Tecnologia nova do SUS é capaz de diagnosticar e tratar câncer de pele no mesmo dia

Procedimento foi idealizado pela USP e poderá substituir cirurgias

Postado em: 26-07-2023 às 17h36
Por: Cecília Epifânio
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Tecnologia nova do SUS é capaz de diagnosticar e tratar câncer de pele no mesmo dia | Foto: iStock

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai incorporar uma nova terapia fotodinâmica para o tratamento de pacientes com câncer de pele capaz de avaliar e tratar a doença no mesmo dia, evitando mutilações e procedimentos dolorosos. Foi recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) que o aparelho seja adotado no sistema público até o final de julho.

De custo baixo e fácil produção, o serviço foi projetado pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) e é o único no mundo capaz de diagnosticar e tratar o tumor. De acordo com a Conitec, esse foi o primeiro pedido de incorporação de uma tecnologia no SUS realizado por uma universidade.

A comissão também observou um bom resultado da terapia fotodinâmica para pacientes com câncer de pele e não melanoma do tipo carcinoma basocelular superficial e nodular, e que ela se mostrou como uma alternativa segura e eficaz para os casos em que cirurgia não é recomendada.

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O carcinoma basocelular é o mais frequente entre todos os tipos de câncer malignos diagnosticados, e a primeira linha de tratamento é a cirurgia para a retirada das lesões.Nos casos de pacientes que não podem passar pela cirurgia ou que foram diagnosticados com tumores de baixo risco, há vantagens do procedimento em relação à cirurgia por ser um processo ambulatorial que não demanda grande infraestrutura.

A Conitec também avaliou que já existem profissionais capacitados e estrutura instalada com o equipamento em dezenas de serviços públicos de saúde.

“As universidades brasileiras têm papel central na inovação, reconhecendo as necessidades do SUS, impulsionando a pesquisa, desenvolvimento e inovação, produzindo evidências clínicas, capacitando os serviços de saúde e participando do processo de incorporação e oferta de uma nova tecnologia no SUS”, disse a diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (DGITS), Luciene Bonan.

As amostras de ensaios clínicos conduzidos pelos pesquisadores em centros de referência em oncologia indicam que as lesões apresentam taxas mínimas de recidiva após o tratamento com a terapia fotodinâmica, e o índice de cura da doença se mantém em 90%.

Como funciona?

Com esse nov tratamento, a lesão é preparada para receber a aplicação do medicamento fotossensibilizante em creme na área afetada. Então, a luz irradiada com um comprimento de onda é adequado para ativar o fotossensibilizador e destruir o tumor.

O fotossensibilizador permite o tratamento de mais de uma lesão e a repetição da terapia. Todo o processo pode ser realizado no consultório médico e o tratamento pode começar horas depois da doença diagnosticada.

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