O ancião das águas: crocodilo gigante de 120 anos desafia as expectativas de vida da espécie

O crocodilo de água salgada Cassius surpreende não só pelo tamanho, mas também pelos seus 120 anos de idade.

Postado em: 14-08-2023 às 17h20
Por: Ana Beatriz Santiago
Imagem Ilustrando a Notícia: O ancião das águas: crocodilo gigante de 120 anos desafia as expectativas de vida da espécie
Imagem: Divulgação/Marineland Melanesia

O mundo animal sempre nos reserva surpresas, o crocodilo de água salgada Cassius é um exemplo. Com impressionantes 5,5 metros de comprimento, Cassius é o maior crocodilo vivo em cativeiro e recentemente completou a marca de 120 anos de idade. Sua longevidade desafia as previsões sobre a expectativa de vida desses répteis.

Cassius, uma figura do Marineland Crocodile Park, localizado na Ilha Verde da Austrália, tem sido objeto de intensa pesquisa e monitoramento. O animal foi capturado em 1984, após aterrorizar uma fazenda de gado no território do Norte da Austrália, atacando o gado e até mesmo desafiando embarcações.

A recente avaliação de saúde realizada por especialistas revelou um resultado surpreendente: Cassius está longe de desacelerar. Ao contrário das expectativas, o réptil centenário continua exibindo vitalidade e boa saúde. Adam Rosenblatt, professor assistente de biologia na Universidade do Norte da Flórida, compartilhou com o Live Science sua perspectiva intrigante sobre os mistérios da longevidade dos crocodilianos.

Continua após a publicidade

“Cassius é um exemplo notável de como a vida em cativeiro pode estender a expectativa de vida dessas magníficas criaturas. Enquanto os crocodilos de água salgada geralmente atingem cerca de 70 anos em estado selvagem, em cativeiro, Cassius desafia todas as probabilidades, alcançando a marca impressionante de 120 anos”, explicou Rosenblatt.

Contudo, a longevidade não é a única característica intrigante de Cassius. As cicatrizes visíveis em seu corpo contam histórias de sua vida na natureza. Os cuidadores notaram que ele demonstra ansiedade diante de ruídos e máquinas, sugerindo um possível trauma adquirido em sua vida selvagem. Além disso, uma ausência na ponta do nariz do crocodilo levanta questionamentos sobre seus confrontos passados, possivelmente com hélices de motores.

Sally Isberg, diretora administrativa do Centro de Pesquisa de Crocodilos, descreveu a sensibilidade única dos crocodilos, cujas escamas frontais são receptores de pressão. “Cassius pode ser mais sensível do que outros de sua espécie, talvez influenciado pelas vibrações dos motores de barcos que podem tê-lo irritado. Quando um crocodilo fica irritado, morder é sua forma de expressar essa emoção”, destacou Isberg.

Enquanto Cassius continua a surpreender a comunidade científica e encantar o público, os cuidadores estão comprometidos em garantir seu bem-estar contínuo. Os próximos anos prometem mais avaliações detalhadas, sempre levando em consideração o conforto do animal. Os tratadores se esforçam para oferecer a Cassius um ambiente livre de estresse, incluindo exposição adequada à luz solar, essencial para sua saúde e equilíbrio.

Veja Também