Cientistas do Reino Unido e da Bélgica descobrem como Alzheimer mata os neurônios

Por mais que haja um consenso de sua fatalidade, a forma de como as células morriam era um mistério, até hoje

Postado em: 15-09-2023 às 13h39
Por: João Victor Reynol de Andrade
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Por mais que haja um consenso de sua fatalidade, a forma de como as células morriam. Foto: Reprodução

Cientistas do Instituto de Pesquisas sobre Demência do Reino Unido, em parceria com a Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, publicaram um estudo na Revista Science na última quinta-feira (14/9), relatando suas descobertas sobre como o Alzheimer mata os neurônios, mais um mistério destravado pela ciência. De acordo com o relatório, a doença mata as células por necroptosis, um processo em que as células se matam devido ao processo inflamatório.

A investigação dos cientistas também traz ideias para futuros tratamentos a fim de erradicar a doença. A recepção do lançamento pela comunidade científica está sendo esperada a décadas e representa um avanço para o tratamento. A pesquisa foi feita com neurônios humanos coletados e transplantados em cérebros de ratos para a testagem da pesquisa.

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Em entrevista ao portal britânico BBC News, a professora Tara Spires-Jones da Universidade de Edimburgo disse que os achados são fascinantes. “(A pesquisa) aborda uma das lacunas fundamentais na investigação da doença de Alzheimer, estes são resultados fascinantes e serão importantes para o avanço do campo.”

Suicídio Neural

De acordo com a revista, as pessoas com predisposição começam a produzir duas proteínas nos cérebros, as “amiloides” e “tau”, que interferem com a bioquímica dos neurônios. 

O acúmulo de amiloides entre os neurônios afeta o começo do processo inflamatório, durante esta mudança, a proteína tau interage com as células inflamadas e produzem a molécula MEG3, esta que conduz a necroptosis. Durante o estudo, cientistas que conseguiram bloquear a produção de MEG3 nas células impediram com que as mesmas morressem pelo processo inflamatório.

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