Saiba do que são feitas as cápsulas dos remédios em pílula

De modo geral e resumidamente, de gelatina – sem sabor, é claro. Você deve estar se perguntando “mas gelatina não é uma coisa molenga?” Na verdade, a gelatina é o que você quiser. Ela pura, em condições normais de pressão e temperatura, é sólida. Quando aquecida, ela se liquefaz. Misturada com água, forma aquela coisa oscilante que é servida como sobremesa – quanto mais tempo ferve a gelatina na panela, mais água ela perde e mais firme será o resultado final. E, de fato, remédio com a cápsula mole, como os analgésicos ibuprofeno de 400 mg, que é oferecido por várias farmacêuticas, também são feitos de gelatina.

A gelatina é uma substância chamada colágeno hidrolisado. O colágeno é uma das proteínas mais importantes dos mamíferos e de muitos outros animais de grande porte. É ela quem forma cartilagens, dá elasticidade à pele e é fundamental para a formação do tecido conjuntivo – aquele enchimento ou cola que preenche os espaços entre órgãos, músculos e tecidos; ela quem é responsável pela característica consistência do nosso corpo. A palavra “hidrolisado” significa que a proteína é quebrada em pequenos pedaços quando utilizado a água.

Isso significa que as pílulas não são vegetarianas ou veganas. Geralmente, o colágeno utilizado para a fabricação é de origem suína ou bovina. Mas, nos dias de hoje existem alternativas de origem vegetal, como as cápsulas de hidroxipropil meticelulose (HPMC).

Mas isso não significa que você deve sair trocando as cápsulas de remédio antes de ingeri-los. É que há uma variável importante aí: quanto tempo essa casquinha gelatinosa demora para se dissolver após a deglutição.Por exemplo: existem remédios feitos para serem liberados ainda no estômago, enquanto outros precisam ter um invólucro durável o suficiente para chegar ao intestino. 

A Vegan Society explica que nem sempre é viável seguir o estilo de vida vegano na hora de tomar remédios, já que eles foram testados em animais na fase de ensaios pré-clínicos, mesmo que não contenham componentes de origem animal em sua composição. Nesses momentos, é importante conversar com médicos e outros profissionais de saúde para tentar chegar a um meio-termo viável.