Conheça Guru, o leão criado como animal de estimação em Goiânia

Em 1986 o leão fugiu de onde morava e acabou atacando uma criança de apenas 2 anos

Postado em: 21-11-2023 às 16h34
Por: Cecília Epifânio
Imagem Ilustrando a Notícia: Conheça Guru, o leão criado como animal de estimação em Goiânia
Certo dia o animal acabou fugindo e atacando fatalmente uma menina de apenas 2 anos | Foto: Divulgação / TV Anhanguera

Na Goiânia de 1986, um cidadão criava um animal nada comum para ser criado dentro de casa: um leão. Certo dia o animal acabou fugindo e atacando fatalmente uma menina de apenas 2 anos.

A vítima foi a pequena Suzana Fernandes Junqueira, que estava brincando na rua com mais outras duas crianças quando foi atacada pelo animal feroz, que a mordeu e arrastou para longe, enquanto pessoas presentes observavam horrorizadas.

O leão de estimação

Nos anos 1980 o empresário Mário Ângelo Simionato adotou um filhote de leão, batizado de Guru. O homem era dono de uma loja de materiais de construção em Goiânia e, quando o felino começou a crescer, Mário Ângelo levou o animal para viver na loja onde trabalhava.

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“O bichinho era pequenininho, engraçadinho, dormia com os filhos dele [o dono]. À medida que foi crescendo, a família ficou preocupada porque poderia ser um risco, ele era dócil com todo mundo, mas era um leão. Eles o levaram para a loja. A loja era cercada de tela. Então você via o bicho solto nessa área, como realmente um cão de guarda da loja”, afirmou a jornalista Cileide Alves em reportagem a respeito do caso que foi ao ar na mesma época.

A vizinhança inteira sabia sobre a espécie do guardião do estabelecimento. Mas, em um certo dia, a pacífica convivência entre felino e seres humanos acabou tendo um trágico fim. Guru, que possivelmente havia ficado sem ser alimentado durante todo um final de semana, fugiu de seu cercado.

Infelizmente Suzana não tinha conhecimento do perigo que estava passando quando o animal apareceu em sua frente. “Ela viu o leão e achou bonitinho, começou a bater palma e cantar parabéns para o leão. O leão se assustou e pulou na jugular dela e a matou”, disse Cileide.

Foto: Divulgação / TV Anhanguera

A brutal morte da criança fez com que as autoridades fossem acionada com urgência para capturar a fera. A mega operação não foi fácil, e envolveu a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros da capital, e durou um total de três horas. Boa parte foi a procura de Guru, que havia se escondido da comoção.

Depois que o felino foi dominado, Guru foi enviado para o zoológico de Goiânia, onde acabou virando uma grande estrela do local e atraindo muitos visitantes que, por uma curiosidade para lá de mórbida, queriam ver o leão que matou uma garotinha de apenas 2 anos após ter sido “criado” como um animal de estimação.

Foto: Divulgação / TV Anhanguera

“Foi horrível, gerou muita comoção. Um animal aprisionado daquele jeito em uma área urbana, foi uma sequência de erros que gerou aquela tragédia. Na época eu fiquei muito baqueada”, comentou Mirian Tomé, também repórter da TV Anhanguera.

Desdobramentos judiciais

Após a morte de Suzana, o dono de Guru, Mário Ângelo, foi processado criminalmente por conta do cenário perigoso que se criou com a sua decisão de adotar a fera.

O empresário foi sentenciado a prestar um ano de serviços comunitários, uma pena mais leve que tempo de cadeia. Ele se livrou da alternativa por “possuir bons antecedentes, ótima conduta social e personalidade”, de acordo com as considerações do juiz da época. 

Um outro detalhe é que o advogado de Mário Ângelo entrou mais tarde com um recurso na Justiça por conta da falta de denúncias contra o homem que trabalhava como vigia no dia em que Guru se soltou. O profissional de defesa argumentou que este funcionário teria aberto a jaula para “exibi-lo a amigos curiosos”, assim sem querer permitindo que o leão escapasse. O vigia, vale destacar, negou o acontecimento. 

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