Cientistas descobrem ouro crescendo em árvores na Austrália

Cientistas da Organização de Pesquisa Científica e Industrial de Commonwealth (CSIRO) descobriram que certas árvores de eucalipto na região de Kalgoorlie, Austrália, possuem a capacidade de absorver partículas microscópicas de ouro do solo por meio de suas raízes. A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications e abre novas perspectivas para a exploração mineral.

Os eucaliptos, especificamente, têm raízes que podem penetrar até mais de 30 metros de profundidade, atuando como verdadeiras bombas hidráulicas que extraem água e partículas de ouro do subsolo. Uma vez absorvido, o ouro é transportado das raízes para as folhas e os galhos, onde as árvores realizam transformações químicas que removem a toxicidade do metal antes de devolvê-lo ao solo.

Essa descoberta pode transformar a maneira como os depósitos de ouro são encontrados e explorados, pois a presença de ouro nas folhas dos eucaliptos pode servir como um indicador natural de depósitos minerais localizados a grandes profundidades. A tecnologia de raios-x utilizada no Síncrotron Australiano, em Melbourne, foi crucial para mapear com precisão a distribuição e a concentração dessas partículas microscópicas de ouro, que são aproximadamente um quinto do diâmetro de um fio de cabelo humano.

A cidade de Kalgoorlie-Boulder, conhecida por sua histórica corrida do ouro iniciada em 1893, agora ganha destaque novamente com essa descoberta inovadora. O gênero Eucalyptus, predominante na Austrália, possui mais de 700 espécies, muitas das quais têm se mostrado altamente adaptáveis às condições climáticas da Oceania.

No Brasil, o eucalipto também desempenha um papel significativo, com grandes plantações concentradas em Minas Gerais. A cidade mineira de Itamarandiba, por exemplo, é um dos principais produtores de eucalipto do país, destacando-se na silvicultura há mais de três décadas.