A lenda da Tereza Bicuda que assombra Jaraguá

A lenda de Tereza Bicuda assombra os moradores da cidade de Jaraguá, em Goiás, há muitos anos. Segundo os relatos locais, quem se aventura pela serra de Jaraguá durante a noite corre o risco de se deparar com o fantasma de uma mulher assustadora, que utiliza os visitantes como cavalos, montando neles e os assombrando pelo resto da vida.

Mas quem foi Tereza Bicuda?

A história dessa figura sombria remonta a eventos ocorridos há algum tempo na pacata cidade interiorana. Tereza vivia com sua mãe e tinha uma reputação de maltratá-la. Relatos indicam que ela agredia a idosa, a obrigava a pedir dinheiro nas ruas e até mesmo a acorrentava.

 Os vizinhos, horrorizados com suas atitudes, apelidaram-na de Tereza Bicuda, em referência aos seus lábios grandes e ao repúdio que sentiam por suas ações.

Segundo a lenda, em um dia fatídico, Tereza chegou ao extremo de colocar um freio de cavalo na mãe e montar em suas costas, causando alvoroço pelas ruas da cidade. A mãe faleceu logo após esse episódio, mas não sem antes excomungar a filha.

 Desamparada, Tereza entregou-se ao álcool, tornando-se uma figura amaldiçoada aos olhos da comunidade, que passou a vê-la como possuída pelo demônio.

A tragédia culminou com a morte misteriosa de Tereza. Enterrada no cemitério da cidade, ela continuou a assombrar as ruas, ao lado da mãe, a quem ainda agredia mesmo após a morte. 

Diante do incômodo causado pelo fantasma, os moradores decidiram exumar seu corpo e enterrá-lo próximo à igreja do Rosário, numa tentativa desesperada de encontrar paz para sua alma. No entanto, seus tormentos persistiram.

Finalmente, o corpo de Tereza foi levado para a serra do Jaraguá, onde ela cessou suas aparições assombrosas na cidade. Contudo, a história não terminou aí.

Próximo à nova cova, um cajueiro amaldiçoado cresceu, e ninguém jamais conseguiu colher seus frutos, pois um enxame de abelhas sempre atacava quem se aproximasse.

Dizem que, até os dias de hoje, a alma maligna de Tereza Bicuda ainda vagueia pelas noites de lua cheia na serra do Jaraguá. Ela tem o hábito de assustar as pessoas e montar em suas costas, assim como costumava fazer com sua falecida mãe.