Juros de cartão de crédito chegam a 439,5% ao ano

Taxa é a menor desde 2011, quando o Banco Central passou a registrar os dados de cartões de crédito.Cheque especial tem alta recorde desde 1994

Postado em: 25-02-2016 às 00h00
Por: Redação
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Taxa é a menor desde 2011, quando o Banco Central passou a registrar os dados de cartões de crédito.Cheque especial tem alta recorde desde 1994

Arecessão econômica bateu em cheio no mercado de crédito no Brasil em janeiro. Cautelosos, os bancos emprestam menos e com taxas recordes. A concessão de novos empréstimos para famílias e empresas despencou 25%. Os juros pagos pelas pessoas físicas, por exemplo, com créditos livres (sem contar os financiamentos da casa própria) subiu de 63,7% ao ano para 66,1% ao ano apenas no mês passado. É a maior taxa desde quando o Banco Central passou a registrar os dados em 2011. Todas as modalidades de crédito estão mais caras. A inadimplência desse tipo de crédito aumentou de 6,1% para 6,2%: o maior patamar desde setembro de 2013.

Os bancos tiveram um leve aumento do custo de captar dinheiro e na hora de repassar para os clientes cobram muito mais. Assim, as taxas de juros dispararam. Todos os tipos de empréstimos estão mais caros. Até mesmo o consignado em folha de pagamento. A taxa subiu, em média, de 28,8% ao ano para 29,3% ao ano.

O brasileiro que não consegue sair do cheque especial paga 292,3% ao ano. É 5,3 ponto percentual do que tinha de arcar em dezembro. É o maior percentual desde 1994. Já a taxa para quem está pendurado no rotativo do cartão de crédito subiu oito pontos percentuais, de 431,4% ao ano para 439,5% ao ano – em 12 meses, o aumento foi de 104,9 pontos percentuais. É a maior taxa desde 2011, quando o Banco Central passou a registrar os dados de cartões de crédito.

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Com renda menor, o brasileiro deixou de pagar prestações do carro, boleto de compra de bens, parcelas do cartão de crédito, CDCs e até mesmo o financiamento da casa própria. O nível de calote de empréstimos habitacionais, por exemplo, subiu e passou de 2% para 2,1% em janeiro.

“A inadimplência vem crescendo gradualmente, mas num ritmo considerado moderado quando a gente contrasta isso com a magnitude da retração da atividade econômica. É natural que num momento de retração haja um grau de restrição de rolagem de dívidas”, justificou o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel, que completou: “Se olhar o desemprego, o nível de inadimplência foi relativamente modesto. O crescimento de inadimplência é ruim para o sistema. O benefício aqui é o ritmo lento”. 

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