Metade dos inadimplentes não vai pagar dívidas a curto prazo

Pesquisa do SPC aponta que 46% de inadimplentes não têm como pagar dívidas nos próximos meses

Postado em: 25-08-2016 às 06h00
Por: Redação
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Pesquisa do SPC aponta que 46% de inadimplentes não têm como pagar dívidas nos próximos meses

Rhudy Crysthian 
Quase a metade (46%) dos inadimplentes não têm condições de pagar as dívidas em atraso nos próximos três meses, segundo o Perfil do Inadimplente Brasileiro, divulgado hoje (24). O levantamento elaborado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou ainda que a perda do emprego é a principal razão para deixar de pagar as contas atrasadas, indicada por 28,2% dos consumidores.
Em seguida, vem a diminuição da renda, apontada como motivo do não pagamento por 14,8%, e a falta de controle financeiro, para 9,6%.
De acordo com a pesquisa, 61,2% dos entrevistados acreditam que a situação financeira pessoal piorou em comparação com o ano passado. Para 24,4%, as dívidas são o principal motivo desta piora, enquanto 16,4% atribuem o agravamento dos problemas financeiros ao desemprego e 20,4% à queda na renda. O valor médio das dívidas é de R$ 3,5 mil.
A maioria dos devedores deixou de pagar parcelas de empréstimos bancários ou com financeiras (89,6%), prestações de cartões de loja (83,6%), dívidas contraídas no cartão de crédito (74,9%) e contas no crediário (68,7%).

Jovens
Cerca de 9,4 milhões de jovens com idade entre 18 e 25 anos entraram para a lista de devedores, o que representa 15,7% do total de 60 milhões de inadimplentes do país, segundo estudo do Serasa Experian. Essa é a maior parcela já registrada entre os jovens desde 2012. Eles já ocupam o segundo lugar no ranking de devedores, seguindo a classificação por faixa etária.
Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa mostra que esses jovens têm sido afetados pelo desemprego. No primeiro trimestre do ano, a taxa na população de 18 a 24 anos atingiu 24,1%, com uma alta de 6,5 pontos percentuais em comparação a igual período de 2015.
A maior proporção de inadimplentes (19,1%) está na faixa etária entre 41 e 50 anos, porém, está crescendo mais entre os jovens os casos de dívidas não quitadas no prazo.
Para os economistas da Serasa Experian, além do desemprego, a dificuldade em honrar os compromissos ocorre por causa da alta da inflação e dos juros. Eles acrescentam que “a falta de experiência dos jovens no crédito e a maneira mais impulsiva na hora de fazer compras também contribuem para esse resultado”. A saída defendida pelos economistas é a renegociação.

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