Estiagem pode elevar preços dos alimentos no Estado

Hortaliças e frutas devem ser os ítens mais afetados pelo período da seca

Postado em: 21-09-2016 às 06h00
Por: Renato
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Hortaliças e frutas devem ser os ítens mais afetados pelo período da seca

Milleny Cordeiro
Os níveis dos mananciais que abastecem cidades do Estado têm sofrido diminuições, uns de forma mais lenta outros de forma mais drástica, como foi registrado em diversas regiões goianas. Mediante a essa situação, a agricultura começa a sentir os primeiros impactos da estiagem, os quais podem se agravar com o atraso das chuvas e gerar carência de alguns alimentos nas mesas dos consumidores. 
O cultivo de hortaliças e frutas configura-se como o maior desafio nesse período. A possibilidade de aumento dos preços desses alimentos já é muito grande e, caso a situação climática piore e a seca continue, o consumidor não só sentirá o bolso esvaziar mas terá que procurar substitutos para preencher a mesa. Em relação à produção de carne, o aumento é quase improvável, segundo o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Cristiano Palavro. 
Palavro, explicou que a agricultura praticada no Cerrado goiano é mais voltada para o sequeiro, uma técnica agrícola utilizada para o cultivo de terrenos onde há pouca pluviosidade. Nesse sentido, poucas são as culturas que podem sofrer com redução na produção devido ao clima seco. 
Célio Abba, 43, aproveitou a promoção do tomate em um supermercado no Jardim Goiás, pois já começou a sentir o aumento dos preços, principalmente da alface americana. A expectativa do administrador é que os preços subam devido ao período seco que se estenderá com chuvas irregulares até início de novembro. O fiscal de caixa, Tiago Batista, informou que o supermercado ainda está segurando o preço das hortaliças, e que a compra para a revenda já se encontra dificultada devido ao clima. 

Clima
As previsões repassadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não são nada animadoras para a situação. Apesar da ocorrência esporádica de chuvas, a tendência é que o clima continue seco até outubro, com uma incidência maior de chuvas, mas ainda irregular, somente no fim do mês. Com o fenômeno La Ninã, que resfria as águas do Oceano Pacífico, o comportamento climático será alterado e afetará o início das chuvas. 
Nesse sentido, o mês de novembro iniciará com chuvas irregulares e se tornarão mais regulares apenas no fim do mês. A restrição do tempo chuvoso ocorre desde o fim de 2015, cuja realidade afeta mais as cidades da região centro-norte do Estado. 

Preocupações
Como a produção dos alimentos não é realizada de forma imediata, Cristiano Palavro não prevê um aumento rápido de preços. “Estamos próximos do período chuvoso, se estivéssemos enfrentando a situação em junho, julho, a preocupação seria bem maior”, diz. No entanto, alguns agricultores, principalmente os dependentes de reservatórios para irrigação, já estão atentos. Eles deverão avaliar a situação para tomar as medidas necessárias.
Como parte dos alimentos vem de outros estados que não se encontram nas mesmas situações que o estado goiano, Palavro continua confiante na estabilidade da produção e na manutenção dos preços. Mas a preocupação é persistente, “se a situação não melhorar nos próximos meses, podemos passar por um agravamento na produção de alguns alimentos”. 

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