Inflação acumulada em 2016 é de 6,29%, diz IBGE

O IPCA – a inflação oficial do país – acumulado em 2016 ficou bem abaixo (4,38 p.p.) do IPCA de 2015 (10,67%)

Postado em: 12-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O IPCA – a inflação oficial do país – acumulado em 2016 ficou bem abaixo (4,38 p.p.) do IPCA de 2015 (10,67%)

Ainflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com variação de 0,3%, o mais baixo para o mês desde o resultado de 0,28% de dezembro de 2008. Assim, o IPCA – a inflação oficial do país – fechou o ano de 2016 com variação acumulada de 6,29%. As informações foram divulgadas ontem (11), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As principais influências foram os grupos alimentação e bebidas (alta de 8,62% e impacto de 2,17 p.p.) e saúde e cuidados pessoais (11,04% e impacto de 1,23 p.p.). Juntos, estes dois grupos somam 3,40 p.p., responsáveis por 54% do IPCA.

Num ano em que a produção agrícola ficou 12% abaixo da colhida em 2015, o consumidor passou a pagar, em média, 8,62% mais caro do que em 2015 para adquirir alimentos. Isto colocou Alimentação e Bebidas (que tem peso de 25% nas despesas das famílias) na liderança dos impactos de grupo. Os alimentos para consumo em casa (que tem peso de 17,00% no IPCA) subiram 9,36%, enquanto a alimentação consumida fora de casa (peso de 8,83%) subiu 7,22%. No entanto, no ranking dos impactos individuais, a alimentação fora de casa é líder, com 0,63 p.p. A região metropolitana de Fortaleza (12,05%) foi onde os preços mais aumentaram em 2016.

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Entre os alimentos consumidos em casa, houve aumentos significativos, com destaque para os feijões (56,56%) e o arroz (16,16%), que compõem o prato típico do brasileiro.Já a Cebola (-36,50%), a batata-inglesa (-29,03%), o tomate (-27,82%) e a cenoura (-20,47%) foram destaques entre os produtos que ficaram mais baratos no ano.

Saúde e Cuidados Pessoais foi o grupo com a maior alta acumulada no ano (11,04%) e o único dos nove grupos cujos preços subiram mais em 2016 do que em 2015. A maior pressão veio das mensalidades dos planos de saúde (13,55%), que teve sua variação acumulada mais alta desde 1997. Já a alta acumulada dos remédios (12,50%) foi a mais elevada desde 2000. Destacam-se, ainda, no grupo, os artigos de higiene pessoal (9,49%).

Os grupos Educação (8,86%), com destaque para os cursos regulares (9,12%), e o de Despesas Pessoais (8,00%), onde sobressai o item empregado doméstico (10,27%), terminaram o ano acima do IPCA. Os demais ficaram abaixo, com resultados entre 1,27% (Comunicação) e 4,22% (Transportes), contribuindo para a contenção da taxa do ano. 

Alta do transporte público pesou 

No grupo dos Transportes (4,22%), que detêm 18% do IPCA, peso superado apenas pelos alimentos, destaca-se a alta do transporte público (7,78%): ônibus intermunicipal (11,78%), ônibus urbano (9,34%), metrô (9,14%), trem (8,45%), ônibus interestadual (7,66%), táxi (7,06%). Já as passagens aéreas foram a exceção, pois fecharam o ano com queda de 4,88%.

No caso dos ônibus urbanos (9,34%), os reajustes foram expressivos em algumas regiões, mas não ocorreram em três delas: Brasília, Belém e Fortaleza. Em Curitiba ocorreu a maior alta (16,12%), com Porto Alegre (15,38%) e Recife (14,54%) a seguir.

O item veículo próprio (2,91%) ficou muito abaixo do transporte público (7,78%), mesmo com o forte aumento aplicado sobre as multas, que acarretou em uma variação de 68,31% no ano. Já o automóvel novo (0,48%) e, mais ainda, o usado (-4,46%), itens com grande participação no índice, seguraram o resultado do item.

Os combustíveis, também do grupo Transportes, fecharam o ano com 3,25%, sendo 2,54% a variação da gasolina e 2,21% a do diesel. A partir de outubro, o preço dos combustíveis passou a ser definido, mensalmente, pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP). Assim, ocorreu redução em 15 de outubro de 3,20% na gasolina e de 2,70% no diesel. Em 08 de novembro houve redução de 3,10% na gasolina e de 10,40% no diesel. Em 06 de dezembro, alta de 8,10% na gasolina e 9,50% no diesel. Já o litro do etanol subiu 6,66%, após problemas na safra da cana de açúcar.

A principal contribuição para conter a taxa do IPCA acumulado no ano veio da energia elétrica (variação de -10,66% e impacto de -0,43 p.p.), do grupo Habitação (2,85%). Destaca-se a região metropolitana de Curitiba, onde as contas recuaram 21,53% em relação a 2015. A energia também teve forte queda no Rio de Janeiro (-14,19%), Goiânia (-15,65%), São Paulo (-14,11%), Porto Alegre (-12,38%) e Vitória (-9,51%).

Fortaleza foi a região metropolitana com a maior variação (8,34%), devido à alta de 12,05% do grupo Alimentação e Bebidas.  

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