Empresas devem ficar atentas as novas tendências

Um modelo colaborativo, políticas socioambientais e a inteligência artificial são novos padrões de inovações de organizações

Postado em: 31-05-2021 às 08h25
Por: Augusto Sobrinho
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Um modelo colaborativo, políticas socioambientais e a inteligência artificial são novos padrões de inovações de organizações | Foto: Reprodução

            A pandemia da Covid-19 acelerou algumas alterações nas formas das empresas de administrarem seus negócios. Os novos empreendimentos e aqueles que já estavam consolidados antes de 2020 viram bater à porta a chamada inovação 4.0. Com isso, foram forçadas a amadurecerem, sendo mais proativas e correndo mais riscos a fim de acelerar esse processo de inovação para sua sobrevivência em meio a um contexto pandêmico e de crise econômica global.

            Especialistas apontam que é necessário entender quais os princípios básicos desse novo conceito. Por isso, a Troposlab, empresa especializada em inovação e atuante no mercado de startups e programas internos desenvolvidos em organizações desde 2012, realizou um levantamento que indica que a crise global forçou as empresas a entrarem em uma nova era de inovação.

Segundo o estudo, atualmente, os principais fatores de transformações em inovação nas organizações são o trabalho remoto, as estruturas organizacionais e comportamentais das empresas, novas tecnologias e comprometimento socioambiental. Assim, a sócia-fundadora e diretora de Inovação e Conhecimento da Troposlab, Renata Horta, analisa como essas tendências podem permanecer ou mudar.

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“As tendências são como apostas do mercado, muitas delas acabam não permanecendo durante muito tempo. Por isso, é importante que as instituições consigam analisar o que ela está gerando de valor para ser mantida. Existe uma seleção natural com processos comportamentais necessários para estabelecer novas tecnologias, produtos e conceitos. Eles permanecem se aportarem valor o suficiente para serem sustentados pelos novos comportamentos necessários”, afirmou.

Por que se adequar?

Com esse risco de investir em uma nova tendência de inovação, que pode sumir após algum tempo, convidamos o mentor de carreira, consultor de mercado e professor de planejamento e marketing da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Carbio Waqued, para falar sobre a importância de repensar os processos e estruturas organizacionais das empresas neste período de retomada da economia.

Segundo ele, a economia tomou uma nova forma colaborativa de sobrevivência, deixando um pouco de lado outros sistemas piramidais e econômicos, como capitalismo e socialismo. Com o Home Office, os funcionários puderam experimentar um modelo de trabalho mais ligado à tecnologia e ao conforto de casa e, nesse momento de retorno ao local de trabalho, as empresas devem aderir a um modelo mais circular e colaborativo, desde a diretoria à operação.

“Hoje, o Home Office está presente em todas as etapas. Grande parte desse paradigma de deixar o funcionário ir para casa e não bater ponto passou por um novo modelo da produtividade, ou seja, fazendo na empresa ou em casa, o trabalho deve ser feito. Agora, se feito de casa e trouxe mais resultados, a empresa passa a ter menos custos físicos. Isso derruba o modelo de manda quem pode e obedece quem tem juízo, o que torna a gestão mais competente”, explicou.

Juntamente a isso, surge uma preocupação com as questões sócio-sustentáveis e as empresas passam a rever as suas ações sobre meio ambiente, sociedade e governança corporativa. De acordo com Carbio, essa tendência possui três etapas: primeiro, uma economia fragilizada, uma sociedade com mais domínio das tecnologias e, por fim, recursos naturais cada vez mais escassos.

Com isso, as empresas precisam repensar a sua forma de administração para melhor estruturá-la. “Na crise tira-se o s, vira crie”, destacou o consultor de mercado. Ele ainda ressaltou que a virtualização das relações, que foi impulsionada pela pandemia do novo coronavírus, é uma oportunidade para ações mais sustentáveis, como por exemplo, menor utilização combustível fóssil para locomoção de pessoas e menos uso de papéis, pois agora a vitrine dos negócios são as redes sociais.

De acordo com o Global Impact Investing Network, em 2020, só na América Latina e Caribe houve crescimento de 47% nos investimentos de impacto. Empresas, tradicionais ou não, que estão se comprometendo com pautas socioambientais têm se tornado mais atrativas para fundos de investimentos e também para a nova geração de consumidores, que estão mais ligados à responsabilidade e ao impacto social. Por fim, o professor de planejamento e marketing fala sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) para as empresas que buscam inovar em 2021. “Hoje, as organizações devem ter acesso a IA para facilitar algumas etapas da tecnologia, como o processamento de compra de matérias primas e serviços e na transformação deles no produto final. Para com isso, disponibilizar ao cliente de forma customizada e que garanta o lucro”, concluiu.

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