Plano Safra 2021/2022 destina R$ 25 bi a produtores goianos

O Plano Safra 2021/2022 deve disponibilizar R$ 25 bilhões para produtores goianos que se interessarem em fazer o financiamento pelo programa, de

Postado em: 02-07-2021 às 10h38
Por: João Paulo
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Valor destinado esse ano é 8,9% maior do que foi ofertado no Plano Safra 2020/2021. Seapa vê crescimento como um reconhecimento da importância da agricultura para Goiás e pro Brasil

O Plano Safra 2021/2022 deve disponibilizar R$ 25 bilhões para produtores goianos que se interessarem em fazer o financiamento pelo programa, de acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Os cadastros tiveram início na última quinta-feira (1º) e se estenderão até 30 de junho de 2022. Os créditos serão revertidos para várias modalidades, como agricultura familiar, seguro rural, sustentabilidade e inovação. 

O valor ofertado é maior do que foi disponibilizado no Plano Safra 2020/2021, onde R$ 23 bilhões foram destinados aos produtores goianos. A expectativa é que os valores ofertados sejam revertidos como uma forma de impulsionar ainda mais o agronegócio em Goiás, principalmente no setor de grãos, onde o Estado configura o quarto maior produtor do país, perdendo apenas para Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. 

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja–GO), Joel Ragagnin, o Plano Safra é um momento muito aguardado pelos produtores goianos. “É por ele que muitos fazem os seus custeios das lavouras e dos valores que serão investidos em maquinários, insumos, construção de armazéns, entre outras coisas. É uma forma para que eles possam organizar seus fluxos de caixa para o próximo ano agrícola”, destaca. 

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Para Joel, o valor que foi ofertado esse ano poderia ter sido maior, se fosse levado em consideração o aumento no custo de produção de grãos. “Nós tivemos um aumento que variou de 30% a 40% na produção, seja em insumos, maquinários, no aço. Porém, ao mesmo tempo, a gente observa as dificuldades financeiras e incertas do mercado devido à pandemia.”

Segundo Joel, há muitos produtores goianos que são adeptos ao crédito, sendo que cresceu muito os que se encaixam no Programa de Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf) e no  Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Mas, segundo ele, não houve aumento para a agricultura de média e grande escala. “Em Goiás, temos muitos produtos que utilizam o Plano Safra. Não há como precisar esse número, já que é um dado linear, mas quando há necessidade de crédito para os custos, eles vão para o Plano Safra”, destaca. 

Joel afirma que nesse ano não vai pegar o financiamento neste ano devido aos investimentos  que realizou estarem em dia. Apesar de ser burocrático, ele afirma que ainda é um programa que compensa. “Apesar dos juros estarem acima dos juros da Selic, é um programa que ainda é compensador do que o mercado livre – que são as demais formas de financiamento ou compra à prazo. A gente sempre presta atenção no tamanho dos juros, por causa da alta de tudo o que envolve a produção”, reforça.

Safra 

O Plano Safra 2020/2021 prevê uma safra de 24,6 milhões de toneladas de grãos em todo o Estado, sendo soja e milho as principais delas. A primeira deve resultar em um montante de mais de 13,7 milhões de toneladas e a segunda irá produzir 9 milhões de toneladas em Goiás. A soja está presente em 207 municípios goianos, sendo os maiores destaques para Rio Verde, Jataí e Cristalina. Já o milho é plantado em 219 cidades de Goiás, sendo as mais importantes Rio Verde, Jataí e Montividiu. 

Goiás é líder na produção nacional de sorgo e girassol. O sorgo, inclusive, tem previsão de crescimento 7,3% na produção, chegando a 1,2 milhão de toneladas produzidas. O grão está presente em 101 municípios goianos, sendo os principais deles Paraúna, Rio Verde e Acreúna. O girassol tem previsão de produzir 42 mil toneladas, o que representa o crescimento de 27,7% em relação à safra anterior. Trinta e duas cidades são produtoras, com destaque para Piracanjuba, Vianópolis e Caldas Novas. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A estimativa do aumento de crédito diante os números de produção agrícola em Goiás são comemorados pela Seapa. O titular da pasta, Tiago Mendonça, pontua que o Plano Safra 2021/2022 reflete a importância que o setor exerce para a economia do Estado e do Brasil. “É o segmento que tem criado postos de trabalho, gerado renda para milhares de famílias e fortalecido diferentes cadeias produtivas goianas. O agro não parou em nenhum momento e vem contribuindo para a retomada econômica de vários outros setores, como é o caso da indústria e do comércio”, explica. 

Além disso, Tiago reforça que o plano é uma política pública eficaz que possibilita o desenvolvimento econômico da agropecuária brasileira através de acesso à crédito.“É permitir que desde os pequenos até os grandes produtores tenham condições de investir no campo, em tecnologia, inovação e produção, colhendo muito mais do que alimento, e sim oportunidades de crescimento. Com linhas de crédito disponíveis, somadas com ações e políticas públicas eficientes do Estado, o agro se fortalece cada vez mais em Goiás”, enfatiza. 

CORRELATA

Programa prevê liberação R$ 251,22 bi em crédito para todo o país

Em todo o país, a previsão é de R$ 251,22 bilhões no Plano Safra 2021/2022 para apoiar a produção agropecuária nacional, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O valor reflete um aumento de R$ 14,9 bilhões – 6,3% – em relação ao Plano anterior. O Tesouro Nacional destinou R$ 13 bilhões para a equalização de juros. Do total anunciado, R$ 177,78 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização e R$ 73,4 bilhões serão para investimentos. Os recursos destinados a investimentos tiveram aumento de 29%.

Para a agricultura familiar, a previsão do Plano Safra 2021/2022 é de R$ 39,34 bilhões por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), aumento de 19% em relação ao plano anterior. Os juros ao pequeno produtor ficaram entre 3% e 4,5%. Do valor reservado, R$ 21,74 bilhões são para custeio e comercialização e R$ R$ 17,6 bilhões para investimentos. 

Entre as novidades do Plano Safra deste ano está o fortalecimento do Pronaf Bioeconomia, com a inclusão de financiamento para Sistemas Agroflorestais, construção de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes e projetos de turismo rural que agreguem valor a produtos e serviços da sociobiodiversidade. 

Para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), foram disponibilizados R$ 34 bilhões, um aumento de 3% em relação à safra passada. São R$ 29,18 bilhões para custeio e comercialização e R$ 4,88 bilhões para investimento, com juros de até 6,5% ao ano.

Seguro Rural 

O seguro rural foi ampliado, mais do que dobrando a área segurada e os produtores atendidos. Para 2022, a subvenção ao Prêmio do Seguro Rural será de R$ 1 bilhão. Com esse montante, será possível contratar, aproximadamente, 158.500 apólices, proteger 10,7 milhões de hectares e um valor total segurado de R$ 55,4 bilhões. 

O Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) terá a inclusão de novos estudos para 12 culturas, além de mudanças estruturais na metodologia com a inclusão de 6 classes de armazenamento hídrico para os solos e de níveis de manejo, bem como a implementação do ZarcPro, o zoneamento de produtividade. (Especial para O Hoje)

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