Produtores buscam alternativas para manejo sustentável

Dificuldade na produção e o baixo desempenho do cultivo estão ligados à falta de planejamento, associada a ciclos de cultivo mais longos

Postado em: 29-04-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Dificuldade na produção e o baixo desempenho do cultivo estão ligados à falta de planejamento, associada a ciclos de cultivo mais longos

No Centro-Oeste do País, Goiás é responsável por 4,9% da produção nacional de peixe, somado com o estado do Mato Grosso, a produção equivalente a quase 30 mil toneladas/ano. A atividade ganhou espaço na região por conta da grande disponibilidade de grãos com preços competitivos para a fabricação de ração, além do clima de temperaturas elevadas, que beneficia a produção o ano todo. E para manter a rentabilidade dos negócios, o desafio encontrado pelos produtores está relacionado, principalmente, à sustentabilidade da cadeia e também com o equilíbrio do manejo nutricional e de ambiência.

Em muitos casos, a dificuldade na produção e o baixo desempenho do cultivo estão ligados à falta de planejamento, associada a ciclos de cultivo mais longos. “Isso acaba ocorrendo devido a um cuidado deficiente no uso dos tanques, sazonalidade na oferta de alevinos, manejo nutricional, alimentar e de qualidade da água inadequados, dentre outros fatores. Outras questões impacto são a predação por aves e a ocorrência de enfermidades que resultam em mortalidade diária dos animais. Além disso, a incidência de “off flavor”, que é a alteração no sabor da carne ocasionado por substancias na água que fazem com que o pescado tenha alteração no gosto, que resulta na rejeição dos produtos pelo consumidor e consequentemente problemas para escoar a produção”, analisa o professor e Doutor em Aquicultura pela Auburn University (Estados Unidos), Fernando Kubitza.

Para Kubitza, a forma de contornar esse cenário é apostar em estratégias específicas no manejo dos animais. “Os produtores devem melhorar o planejamento da produção e se antecipar aos problemas de sazonalidade de alevinos, assegurando um estoque dos mesmos e de juvenis na propriedade. Além de utilizar alimentos de alta qualidade que proporcionem crescimento adequado dos animais, eficiência na conversão alimentar e aumento na resistência dos peixes à doenças”, orienta.

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Acesso à informação

Essas alternativas foram apresentadas pelo professor aos produtores de Goiânia (GO) e Cuiabá (MT), durante dois eventos organizados pelos Sebraes locais, em parceria com a Associação dos Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), Aqua zen e a Alltech, empresa referência em nutrição e saúde animal. O principal objetivo foi levar ao público informações sobre ações preventivas para redução de desperdícios nas propriedades.

“Mostramos a importância de um controle da qualidade da água adequado. E os resultados de um planejamento da produção que otimize o uso dos recursos (ração, mão de obra, insumos diversos e estruturas de produção), com um controle efetivo e registro das despesas, bem como a adoção de um manejo sanitário preventivo, em especial com foco no uso de aditivos nutricionais que possam melhorar resistência dos animais, reduzindo as mortalidades diárias nos cultivos”, detalha Ku 

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