Mercado de cervejas artesanais cresce e busca fortalecimento em Goiás

Pesquisa realizada pelo Sebrae e Abracerva revela cenário de expansão dos negócios das cervejarias artesanais brasileiras

Postado em: 24-07-2021 às 10h08
Por: Victoria Lacerda
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Pesquisa realizada pelo Sebrae e Abracerva revela cenário de expansão dos negócios das cervejarias artesanais brasileiras | Foto: Reprodução

O mercado brasileiro de cervejas tem crescido significativamente nos últimos anos e continua em desenvolvimento, gerando oportunidade aos que desejam empreender na área. Nesse cenário, o Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), realizou o 1º Censo das Cervejas Independentes Brasileiras para conhecer melhor quem está à frente dessas cervejarias no Brasil.

Apesar do domínio de estados da Região Sul-Sudeste, o mercado de cervejas artesanais goiano está  no caminho de crescimento. O último Anuário da Cerveja divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mostra que foram 1.2091 cervejarias registradas em 26 estados, ou seja, o crescimento é constante nos últimos vinte anos, com uma taxa média de 19,6% por ano. Goiás se destaca como o primeiro estado fora da região Sul-Sudeste com média de crescimento de 15,5%. São Paulo é o estado que apresenta maior número de cervejarias, ultrapassando o Rio Grande do Sul, seguidos de Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná acima das 100 cervejarias. Depois vêm Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O segmento de cerveja artesanal no Brasil começou a crescer significativamente a partir de 2010, quando o consumidor passou a enxergar nas cervejas artesanais uma forma de apreciar bebidas alcoólicas de maior qualidade, já que contam com mais sabor e combinações do que as cervejas convencionais. Além de o mercado cervejeiro ter crescido no país, o gosto do brasileiro parece ter mudado ao longo da última década.

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De acordo com o Sebrae, boa parte das cervejarias independentes com produção própria declarou produzir de 1.000 a 4.999 litros mensais. Em relação à capacidade máxima de produção, 51% declarou ser capaz de produzir até 9.999 litros. Contribuindo para a redução da ociosidade na capacidade instalada, pouco mais da metade (51%) das cervejarias independentes com fabricação própria produz para terceiros. Quanto ao tipo de envase mais comum entre esse perfil de cervejarias, prevalece o barril de inox (64%).

Reginaldo José das Mercez é o criador da Astúria, que é uma cerveja artesanal produzida em Goiânia com cinco rótulos diferentes. Ela agrada a todos os paladares: dos mais fortes aos mais suaves; dos cervejeiros profissionais aos primeiros apreciadores. Ela é cuidadosamente preparada para quem não se acomoda. E tudo isso começa no seu nome, que foi derivado de uma comunidade autônoma da Espanha.

Em entrevista exclusiva ao O Hoje, Vitor Costa Mercez contou um pouco como foi tomar partido do marketing da empresa. “A nossa Cervejaria começou em 2004, a cervejaria Klaro. E fomos pioneiros no delivery de chopp em casa, porém a linha artesanal Asturia surgiu em 2014, e hoje atendemos vários bares de Goiânia com chopp, latas e garrafas. Eu tomei a frente do marketing da cervejaria desde 2019. Coloquei a marca em diversos festivais de música onde eu já estava inserido, principalmente por ter banda. Acho que esse público, esse meio onde eu estava, deu uma cara mais jovem para a marca e para o nosso propósito”, explicou.

As cervejas artesanais consistem naquelas cujo processo produtivo é feito em pequena escala e sua produção é minuciosa e acompanhada e controlada pelos produtores. O processo de produção é mais lento, devido os produtores respeitarem todo o período de fermentação e maturação da cerveja, sem adição de produtos químicos para acelerá-los, além de ser todo manual. As cervejas puro malte são produzidas somente com malte de cevada e de trigo.  No Brasil, a lei permite que até 45% da cerveja pode ser feita de cereais não maltados, mas esse tipo de cerveja é produzida sem nenhum adjunto de cereais não maltados (milho e arroz são os mais comuns). De acordo com os estudos, a maioria dos empresários (81%) declarou que já realizou curso sobre tecnologia e/ou produção cervejeira. Na sequência, predominam os cursos sobre estilos, sommelier e harmonização. Não é novidade nenhuma que a cerveja é uma das bebidas favoritas dos brasileiros. Devido a essa apreciação, o mercado cervejeiro não para de crescer e ganhar relevância. A cevada é uma cultura típica de climas frios e quase toda sua produção nacional é direcionada para a fabricação de cerveja em escala industrial. A cevada é determinante para a boa qualidade da cerveja. Até 1976, a cultura era cultivada apenas no Rio Grande do Sul, após pesquisas da EMBRAPA, constatou-se que era possível cultivá-la no cerrado como cultura de inverno.

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