Com revitalização urbana do Setor Oeste, comércio vai junto

Transformação imobiliária do local chega com novos empreendimentos em um dos bairros mais antigos da Capital

Postado em: 14-08-2021 às 13h00
Por: Carlos Nathan Sampaio
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Transformação imobiliária do local chega com novos empreendimentos em um dos bairros mais antigos da Capital | Foto: Reprodução

De acordo com os dados populacionais mais recentes de que se tem registro, que são do Censo de 2010, entre 1991, 2000 e 2010 o número de habitantes no Setor Oeste não ultrapassou a casa dos 26 mil moradores, um dos mais tradicionais bairros de Goiânia. Depois de viver um boom de verticalização até os anos 1990, o número de lançamentos no local sofreu acomodação até recentemente, quando vem passando por uma significativa renovação de sua planta imobiliária, com lançamentos que trazem projetos mais modernos.

De acordo com a pesquisadora, socióloga e mestre em planejamento urbano Solange Rassi, entre os anos 1990 e 2010, o bairro passou nesses anos por uma transformação mais lenta, se comparado a outras regiões de Goiânia que experimentaram um processo de verticalização mais intenso e rápido, como Jardim Goiás, Setor Bueno e o Marista.

“Por outro lado, o Setor Oeste se tornou um bairro completo em termos de serviços, comércio, lazer etc., e tudo acessível, num raio pequeno, com as pessoas podendo, inclusive, se deslocar a pé. A área de saúde é bastante completa e os serviços e comércios, como bancos, supermercados e hipermercados, hotéis, restaurantes. Tudo isso manteve a população moradora antiga nesse bairro”, afirma a socióloga.

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Ao mesmo tempo, o bairro manteve a sua atratividade e nunca deixou de ser um bairro querido e valorizado pela população, graças a seus atributos. “É preciso lembrar que o Setor Oeste é um bairro que conta com duas praças expressivas, duas áreas verdes importantíssimas para a cidade (Lago das Rosas e Bosque dos Buritis), avenidas largas e dois eixos viários bem importantes”, comenta Solange Rassi.

O arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves, que nasceu e passou grande parte de sua vida no Setor Oeste, relembra que o bairro passou por um intenso adensamento nos anos 1980 e 1990. “Foi o primeiro bairro, depois do Centro, que de fato se tornou adensável em Goiânia. A implantação de habitações coletivas no Setor Oeste foi muito forte nos anos 1980, principalmente com a atuação de grandes incorporadoras vindas de fora do Estado e muita gente começou a mudar para esses prédios do Setor”, conta o especialista.

Atualização

Conforme explica Paulo Renato, entre o final da década de 1990 e os anos 2000, com a atualização do Plano Diretor, o Setor Oeste, assim como qualquer bairro de Goiânia passou a ter suas áreas de desaceleração do adensamento, de adensamento básico e áreas adensáveis. “A atenção do mercado voltou-se para novos bairros em desenvolvimento, como o Setor Bueno, que começava a crescer, ganhou um shopping e um parque, tinha valor de metro quadrado mais acessível. O Setor Oeste sofreu uma natural desaceleração de novas construções”, explica o urbanista.

Agora, nos últimos anos, a atenção voltou-se para o bairro novamente. Novas áreas para se construir começam a surgir fruto de um processo de substituição de imóveis que, no passado, eram casas ou sobrados residenciais que posteriormente tornaram-se comércio. “A busca por mais segurança afugentou muitas empresas que funcionavam nestas casas ou sobrados, como clínicas por exemplo. Para essas empresas passou a ser mais interessante ir para um edifício comercial, que muitas vezes oferecia um aluguel bem mais barato e muito mais segurança”, esclarece Paulo Renato.

Segundo Paulo Renato Alves, esses novos empreendimentos que chegam ao Setor Oeste, começam a atrair uma boa parte desse público mais jovem que nasceu e cresceu no bairro, mas acabou deixando o lugar justamente pela falta de edificações mais modernas, e ao mesmo tempo atende a quem já vive no bairro e quer atualizar a sua moradia. Ele também afirma que a atração de um novo público para o bairro também incentiva a atualização de toda a rede de comércio e serviços, fazendo com que o setor se modernize de forma orgânica.

“O bairro retoma sua revitalização e isso é positivo do ponto de vista de ocupação urbana, uma vez que mantém a atratividade e do bairro para abrigar uma rede de comércio e serviços mais atualizada, justamente para atender a esse novo público que está chegando ao bairro”, explica o arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves.

Exemplo

Um exemplo dessas novas propostas de moradias para um dos mais tradicionais e bem localizados bairros de Goiânia, é o Maestro Residenza, mais recente lançamento da Innovar Construtora, feito em parceria com a WV Maldi Engenharia Incorporações e Joule Participações.

O empreendimento, que tem previsão de entrega para outubro de 2024, contará com estruturas e espaços que não são encontrados na grande maioria dos prédios antigos do Setor Oeste como academia, portarias específicas para moradores, visitantes e de serviços, além de uma área de lazer bem maior. No caso do Maestro, serão dois andares inteiros dedicados aos equipamentos de lazer.

“Mas também atendendo a um perfil de moradores mais jovens ou casais sem filhos, o projeto traz no último pavimento um rooftop, que é uma tendência bem contemporânea”, descreve arquiteta Marina Neiva, responsável pelo planejamento de interiores do empreendimento.

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