BC trabalha para manter funcionalidade do mercado

O presidente do BC não quis comentar possíveis efeitos da atual crise política sobre a Selic

Postado em: 20-05-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O presidente do BC não quis comentar possíveis efeitos da atual crise política sobre a Selic

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse essa semana que a autoridade monetária está trabalhando para manter a funcionalidade do mercado. Goldfajn chegou no final da tarde de sexta-feira (18) ao Ministério da Fazenda para uma reunião com o ministro Henrique Meirelles.

“Estamos fazendo nosso papel de manter a funcionalidade do mercado trabalhando de forma serena, de forma firme, usando os instrumentos que a gente tem. Nós estivemos intervindo no mercado de swaps [leilão de dólares] em coordenação com o Ministério da Fazenda e o Tesouro Nacional, que anunciou alguns leilões. Estamos trabalhando para atravessar esse período”, disse.

O presidente do BC não quis comentar possíveis efeitos da atual crise política sobre a Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente em um ciclo de queda e que caiu um ponto percentual, para 11,25%, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em abril.

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“A questão que estamos trabalhando hoje não tem relação mecânica e direta com a política monetária. A política monetária é uma decisão que será tomada nas reuniões ordinárias do Copom, baseada nos objetivos tradicionais do comitê”, disse Goldfajn. A próxima reunião do comitê ocorre em 30 e 31 de maio.

Ontem (17), antes de uma reportagem de O Globo antecipar a divulgação de parte do conteúdo da delação dos empresários Joesley Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS, dar início a uma crise política envolvendo o presidente da República, Michel Temer, e o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG), Goldfajn chegou a sinalizar que o Copom poderia intensificar o ritmo de redução dos juros.

O encontro com Goldfajn não estava na agenda de Meirelles, divulgada por volta das 20h de ontem (17) e foi incluído no fim da manhã de hoje (18), substituindo uma reunião com o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que foi desmarcada.


Intervenções

O BC fez hoje quatro leilões de swap cambial tradicional, o que equivale à venda de dólares no mercado futuro e ajuda a segurar a alta ou forçar uma queda da moeda. Tanto o BC quanto o Tesouro Nacional divulgaram notas pela manhã afirmando que estavam monitorando os mercados. O dólar nesta quinta-feira fechou com alta de 7,9%. 

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