AliExpress abre cadastro para vendedores brasileiros

Comerciantes brasileiros precisam possuir CNPJ ou ser um MEI

Postado em: 28-08-2021 às 16h00
Por: Augusto Sobrinho
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Comerciantes brasileiros precisam possuir CNPJ ou ser um MEI | Foto: Reprodução

A AliExpress estreou no Brasil em 2010, entretanto, até a última segunda-feira (23/08), todos os produtos comercializados através do marketplace do grupo Alibaba eram de vendedores internacionais. O anúncio de que a plataforma chinesa iria abrir para credenciamento de empresários brasileiros foi feito na terça-feira (17/08) e confirmado, nesta semana, pelo executivo Yaman Alpata, chefe de vendas do grupo chinês aqui no país.

Na ocasião, Yaman Alpata afirmou que a plataforma vai cobrar comissões de 5% a 8% dos vendedores brasileiros (os percentuais variam conforme a categoria dos produtos vendidos) e ofertar um serviço integrado de logística que vai permitir frete gratuito para todo o país em compras acima de R $50. Estes preços atraem os lojistas nacionais, pois estão abaixo do mercado e, além disso, por beneficiar eles com o tráfego e os milhões de usuários que o AliExpress acumula no Brasil.

Em termos de vendas, o nosso país é a quinta nação mais atendida pela empresa chinesa. Além disso, segundo a gerente comercial da companhia no Brasil, Viviane Almeida, é preciso explorar mais o potencial do e-commerce nacional e, por isso, a AliExpress está expandindo a operação local. “O e-commerce brasileiro é como se fosse uma grama alta, que ainda precisa de capinada, ser aparada. É uma grande oportunidade que já vinha no radar”, afirmou.

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Com isso, o Brasil se torna o primeiro país das Américas a ter o cadastro de vendedores locais autorizado e o sexto do mundo. Os demais são Rússia, Turquia, Espanha, Itália e França. Os vendedores brasileiros receberão da empresa através da AliPay, via Pix e há também parcerias com a Stone e BTG. As entregas de produtos no Brasil são feitas pela subsidiária do conglomerado, Cainiao, e pelos Correios, mas Yaman Alpata revelou que a empresa pretende instalar um centro próprio de distribuição (CD) no Brasil.

Alpata não detalhou o valor do investimento, o prazo e nem o local onde o equipamento será instalado, mas a afirmação já demonstra que a empresa estará otimizando o serviço de entrega e reduzindo os prazos. “Ainda não posso dizer quando, mas muito em breve deveremos investir nesse equipamento. Hoje, a maioria das entregas no Brasil levam de três a quatro dias para serem concluídas. Após a instalação do CD, queremos poder realizar a entrega de produtos no mesmo dia da compra ou no dia seguinte”, afirmou.

Credenciamento

Para vender através do marketplace do grupo Alibaba os comerciantes brasileiros precisam estar inscrito no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou ser um Microempreendedor individual (MEI), não serão aceitas pessoas físicas. A solicitação pode ser feita através do próprio site da AliExpress que, em parceria com o BTG Pactual, fará a checagem do vendedor. “Quando o vendedor faz seu registro, é analisada a idoneidade da empresa”, afirma Viviane.

A empresa destaca que os vendedores nacionais só poderão vender seus produtos no Brasil. Mas, também informa que no dia 1º de setembro, a partir das 9h da manhã, será realizado um evento online para os vendedores brasileiros, que têm interesse em explorar este canal de venda para seus produtos e serviços, tirarem suas dúvidas sobre a plataforma com executivos e técnicos do AliExpress no Brasil e no exterior. As inscrições podem ser feitas através do site sell.AliExpress.com.

Concorrência

O maior shopping virtual do planeta já causou desconforto nas concorrentes Magazine Luiza (MGLU3) e Mercado Livre (MELI34), que cobram comissões maiores. Não é à toa que, na semana passada, a empresa da família Trajano (MagaLu), com sua fortuna de mais de cinco bilhões, anunciou uma campanha de incentivo aos lojistas, com direito a maquininhas de cartão da empresa, e afirmou que o marketplace da companhia não é “camelódromo”.

Porém, na entrevista coletiva concedida por Yaman Alpata, não faltou resposta da empresa chinesa quanto ao assunto. Segundo o líder de Local Marketplace na América Latina do AliExpress, a empresa está atenta para as vendas sem nota fiscal. “Normalmente, não comentamos falas de competidores, mas posso dizer que a AliExpress coloca importância em compliance e regulamentos do país. Nos adequamos às leis nos locais onde operamos”, comentou.

Atualmente, o Magazine Luiza cobra 3,99% de comissão sobre as vendas dos empresários que entram para o seu marketplace via Parceiro Magalu. Entretanto, além dessa porcentagem, para disponibilizar os produtos no site os vendedores pagam outras taxas que variam de acordo com o setor. Por exemplo, nos segmentos de moda, joalheria e relojoaria, o valor é de 16% e para os demais, 12,8%. Segundo a empresa, é menos do que uma venda com cartão no balcão.

Para ser Parceiro Magalu é necessário ter um CNPJ ativo há três meses, emitir notas fiscais eletrônicas e não comercializar produtos ilegais ou “falsificados”. No Mercado Livre os vendedores, que podem ser pessoas físicas e jurídicas, anunciam na plataforma livremente de forma gratuita. Porém, ele deve pagar a comissão das vendas efetivadas que, como no MagaLu, os valores são estabelecidos de acordo com a categoria de cada item anunciado e variam entre 11% a 19%.

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