Economistas prevêem aumento de inflação em 2022 com seca ameaçando o plantio

"O risco de furo da bolha de preços agrícolas no começo de 2022 é grande”, adverte consultor.

Postado em: 27-09-2021 às 17h21
Por: Alice Orth
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"O risco de furo da bolha de preços agrícolas no começo de 2022 é grande”, adverte consultor. | Foto: Reprodução

A inflação, afetando preços de alimentos, gás de cozinha, combustíveis e outros itens pode ter um aumento no próximo ano, graças à maior seca dos últimos 91 anos. Economistas mostram preocupação com a falta de chuvas e como ela pode afetar o plantio, que tem início neste mês no Centro-Sul do Brasil.

“Não vamos ter um cenário tão amistoso para alimentos, o que pode pressionar a inflação de 2022”, afirmou André Braz, coordenador de índices de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em entrevista ao jornal Estadão. O economista projeta uma inflação de alimentos ao consumidor de 8,71% para 2022.

“A falta de chuvas é uma das maiores preocupações dos produtores hoje”, contou ao mesmo jornal Flávio Turra, gerente de Desenvolvimento Técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). “Se a soja atrasar muito, pode comprometer o milho da segunda safra, que é plantado após a colheita da soja”, explicou.

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O preço do soja, assim como milho e a arroba do boi, passou por um aumento nos últimos meses, um resultado tanto do aumento da demanda quanto da escassez provocada pela seca e pela pandemia de covid-19. Apesar dos patamares elevados animarem os produtores, os custos subiram, em média 30% em relação ao ano passado, e a inflação pode elevar ainda amis. “O risco de furo da bolha de preços agrícolas no começo de 2022 é grande”, adverte o economista Fabio Silveira, sócio da consultoria MacroSector.

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