Marcas veganas crescem no Brasil e fazem empreendedores lucrarem

Mudança nos hábitos impulsiona uma revolução vegana que já movimenta US$ 50 bilhões ao ano e transforma a indústria mundial.

Postado em: 02-10-2021 às 15h00
Por: Victoria Lacerda
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Mudança nos hábitos impulsiona uma revolução vegana que já movimenta US$ 50 bilhões ao ano e transforma a indústria mundial. | Foto: Reprodução

Os cosméticos veganos têm fórmulas totalmente livres de qualquer componente de origem animal. Além disso, também não são testados em qualquer tipo de animal. Na realidade do Brasil, a entidade responsável por verificar e atestar se um produto é realmente vegano é a Sociedade Vegetariana Brasileira. No entanto, a certificação emitida pela instituição não é um pré-requisito obrigatório. A mudança que está levando cada vez mais empresas, marcas e linhas a abraçarem a revolução vegana oferece uma infinidade de benefícios que tornam a escolha de produtos naturais e veganos mais vantajosos para o consumidor e não agridem os animais ou o planeta.

Essa é, possivelmente, a vantagem mais óbvia de optar por linhas veganas. Além dos sacrifícios feitos para a obtenção dos componentes dos produtos tradicionais em si, os animaizinhos que são submetidos a testes de cosméticos ainda passam por diversas agressões, da raspagem de pelos à aplicação de alergênicos nos olhos. E tudo isso sem razão, já que não há garantia de que um produto que não seja prejudicial para determinada espécie de animais não vá ser nocivo para humanos. Mais do que uma forma diferente de produzir, o veganismo é uma filosofia de vida que luta por um mundo mais sustentável.

Em Goiânia os cosméticos veganos ainda são uma novidade, mas o número de pessoas em busca de produtos livres de crueldade e de insumos animais é cada vez maior e foi um dos motivos que levou a Izadora a criar a Xamã Cosméticos. “Diria que tenho uma conexão muito forte com a natureza, com os pequenos detalhes da vida. Comecei a usar mais produtos e cosméticos de origem natural e vegana, pois queria me cuidar e me reconectar com meu Eu que foi criado em beiras de rios”,  explicou.

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“A Xamã significa conexão com a natureza, o simples. Ela significa a importância de cada ser que está nesse universo. Ela é uma forma natural de tratar enfermidades e levar um pouco de afeto para a vida das pessoas. Também somos um aprendizado diário. E não, não somos uma empresa gourmet e por mais que pareça que muitas pessoas estão por trás da produção, embalo e envio dos produtos, sou apenas eu Izadora e faço isso com todo meu afeto. A Xamã é a vida, exatamente como ela é”, completou a criadora.

Ao comprar cosméticos veganos, o consumidor está contribuindo para um regime que gasta menos água, desmata menos e ocupa uma porção menor de terra já que, hoje, grande parte da ocupação de propriedades rurais é destinada à demanda de criação de gado, prejudicando o solo e aumentando a poluição. Portanto, abraçar os cosméticos veganos impulsiona uma cadeia de solidariedade e sustentabilidade que pode mudar o planeta em que vivemos e que deixaremos para as próximas gerações.

Lucro no vegetarianismo

De acordo com dados do Ibope Inteligência divulgados pela Revista Época em abril do ano passado, no Brasil, indicam que a porcentagem que se identifica com o vegetarianismo atingiu 14% da população. Tratam-se de 30 milhões de pessoas. É o equivalente a três vezes o número de habitantes de Portugal ou a metade da Itália. Há apenas cinco anos, a porcentagem de vegetarianos brasileiros estava em 9%. Ou seja, o mercado de clientes que desejam evitar produtos de origem animal atingiu um tamanho que não pode mais ser desprezado por nenhuma gigante do consumo. Há exemplos por todos os lados: McDonald ‘s, Burger King, BRF, Nestlé, JBS, Tyson Foods e Danone aderiram à onda veggie com produtos, investimentos e projetos em desenvolvimento.

E nem é preciso adotar um discurso totalmente “natureba” ou ir contra os momentos de indulgência alimentar para lucrar com a nova tendência. Segundo pesquisa feita pela empresa Ginger Strategic Research, a estimativa é de que o mercado de produtos alimentícios vegetarianos cresça num ritmo médio de 40% ao ano. Como resultado da alta demanda e restrita oferta de produtos veganos, um número crescente de investidores está apostando nas startups, alinhando investimentos aos seus valores. Pode ser chamado de investimento socialmente responsável, investimento de impacto, investimento verde ou até mesmo investimento ambiental, social e corporativo – apenas nos Estados Unidos. Essa abordagem totalizou US $ 8,72 trilhões em ativos sob gestão profissional, de acordo com o Fórum para o Investimento Sustentável e Responsável. (Especial para O Hoje)

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