O retorno do mercado da comédia e a superação das dificuldades da pandemia

Após um ano e dez meses de desafios impostos pela Covid-19, comediantes e produtores comemoram o retorno aos palcos.

Postado em: 30-10-2021 às 16h00
Por: Giovana Andrade
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Em Goiânia, o último decreto que trata das medidas restritivas que evitam a disseminação de Covid-19, de 19 de outubro, liberou a realização de shows, desde que autorizados previamente pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Outra novidade foi o aumento do número máximo de pessoas nos eventos em locais fechados, que passou para 2 mil, e para 3 mil nos espaços abertos, com a condição de que essa ocupação máxima não ultrapasse 60% da capacidade do ambiente.

Também subiu para 60% a capacidade máxima de público em outros lugares em que o limite era 50%, como cinemas, teatros, circos, clubes recreativos, galerias, entre outros. Essas flexibilizações apontam para o gradativo retorno da normalidade de atividades que, durante mais de um ano e meio, estiveram suspensas ou extremamente restritas. 

Dessa forma, acompanhando o avanço da vacinação e a queda no número de casos e de mortes pela Covid-19, áreas que enfrentaram grandes dificuldades, trazidas pela pandemia, dão início a um processo de retomada de suas atividades. Um exemplo disso são as pessoas que vivem de arte e entretenimento, e que ficaram praticamente impedidas de trabalhar durante meses a fio – ou pelo menos de trabalhar da forma como estavam acostumadas, em geral dependendo do contato com o público. 

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É o que conta o produtor cultural Danilo Nunes, que trabalha com shows de comédia e lidou diretamente com o impacto da pandemia na atuação dos comediantes, bem como de outros profissionais da área, que não aparecem nos palcos. “Durante a pandemia os desafios enfrentados pelos comediantes e profissionais que atuam nessa área, por exemplo de produção, foram enormes, porque a gente ficou um ano e dez meses praticamente sem venda de ingressos, com o gráfico parado”, relata. 

Segundo Danilo, foi preciso adotar estratégias para superar as dificuldades e se adaptar ao novo cenário, e uma forma de fazê-lo foi desenvolver trabalhos voltados para o meio digital. No entanto, ele observa que as lives, por exemplo, não retratam a realidade do palco, do contato com as pessoas. “As dificuldades foram muito grandes, só que a gente tentou se reinventar, fazer algumas migrações pro digital, principalmente com alguns artistas que deram certo”. 

Apesar das adversidades, ele comemora o fato de ter conseguido manter sua equipe intacta, sem nenhuma demissão. Agora, passado o sufoco, o momento é de completo otimismo para Danilo e os profissionais com quem trabalha. “As expectativas são as melhores, de casas lotadas, as pessoas com vontade de consumir o entretenimento, de ter contato, de participar de eventos, de fazer uma rotina diferente, porque acho que está todo mundo sentindo falta”, conta o produtor. 

Sobre o processo de retomada, ele descreve a readaptação ao mercado como uma reconstrução, um verdadeiro recomeço. “Tudo ficou parado, não se vendia nenhum ingresso, não tinha público, não tinha espetáculo. Então esse processo está sendo bem otimista, toda a equipe está bem otimista, com vontade de voltar e de fazer acontecer”, diz.

Somado ao otimismo, ele destaca que o público ainda está extremamente cauteloso, assim como a equipe, que trabalha para um retorno seguro. “A gente começou com a divulgação bem forte agora, estamos com dois espetáculos com venda aberta, fizemos um evento teste com o Paulinho Gogó no Teatro Goiânia, e agora a gente vem aí com espetáculos de Bruna Louise e Afonso Padilha”. 

O público da capital goiana também demonstra estar empolgado com o retorno, conforme compartilhou Danilo. “Esse espetáculo que a gente abriu venda agora, da Bruna Louise, a gente já está com três sessões praticamente lotadas”, relata. 

Depois de quase dois anos de restrições e muita preocupação, a possibilidade de voltar a frequentar ambientes que deixaram saudade, como o teatro, e a consumir cultura e entretenimento sem a intervenção de uma tela, é motivo mais que suficiente para comemorar. Entretanto, é importante lembrar que a pandemia de Covid-19 não acabou, e os protocolos de segurança ainda devem ser seguidos tanto pela organização quanto pelo público. 

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