Prejudicadas por falta de acessórios, concessionárias goianas perdem vendas

Empresas goianas preveem maior procura mercadológica de veículos novos, mas tem preocupação quanto aos prazos de entrega.

Postado em: 14-11-2021 às 17h07
Por: Alexandre Paes
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Empresas goianas preveem maior procura mercadológica de veículos novos, mas tem preocupação quanto aos prazos de entrega. | Foto: reprodução

Desde a chegada da pandemia da Covid-19 diversos setores, assim como o setor econômico no geral, têm sofrido várias consequências negativas. No caso da indústria automotiva, o choque inicial da produção foi pela queda da demanda dos veículos. Posteriormente, com a recuperação econômica em curso, houve outro choque, onde a procura superou a demanda mercadológica. 

Uma concessionária situada no Estado de Goiás registrou uma queda de 10% nas vendas em relação ao primeiro semestre do ano passado. Isso acabou abalando o setor financeiro da empresa, que teve queda de 8% no faturamento interno, e tendo como causa central a indisponibilidade dos produtos vindos do fabricante. 

Segundo Shirley Leal, uma das sócias da empresa, existe uma demanda alta para a entrega de veículos daqueles clientes que realizaram compra de automóveis tendo a previsão de entrega entre 90 e 180 dias. “Esse problema afeta todos os países produtores e tem impedido a plena retomada do setor automotivo, e tudo isso devido à falta de acessórios (os chamados semicondutores) para o acabamento” afirma.

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Outra empresa do segmento de Goiânia informou que com a baixa entrega dos carros novos pelas montadoras, o faturamento da empresa caiu quase 80%. “A procura pelos automóveis permanece, mas a falta do produto para entrega ‘imediata’ ou com curto prazo de tempo faz com que os clientes recorressem a outro local” afirma Renato de Castro, supervisor de vendas. 

Mesmo sabendo que este cenário perdura toda indústria automobilística, essa empresas têm driblado as dificuldades e conseguido vender veículos novos. Ambas as empresas afirmaram que os modelos SUV tem se destacado como os queridinhos da clientela e alertam que o prazo de espera para entrega pode variar de 120 a 180 dias, devido à falta de peças na produção.

O setor vem sofrendo com a falta de alguns insumos, em especial semicondutores que são usados na montagem dos veículos, e que desde janeiro estão em falta em todo o mundo. A ausência desses materiais tem trazido dificuldades nas linhas de produção das montadoras, e tem afetado diretamente o giro no faturamento provindos das empresas de venda e revenda de veículos em Goiás.

Mesmo com o longo tempo de espera, a expectativa para o segundo semestre deste ano é animadora, pois as vendas vão continuar crescendo. No entanto, não haverá aumento ou aceleração na produção dos automóveis. Isso devido a uma grande demanda reprimida de veículos a serem entregues ainda esse ano, e alguns com previsão para o primeiro semestre do ano de 2022.

“O mercado deve permanecer sofrendo com o longo tempo de espera na entrega desses automóveis novos, e acredito que só vai melhorar a disponibilidade e produção após o segundo semestre do ano de 2022” afirma Leal. Mesmo assim a visão é que as vendas aumentem cerca de 12% de acordo com as expectativas da empresa. 

Na busca pela recuperação de faturamento, o empresariado do setor acabou procurando novos métodos, e atualmente investiu no mercado de aluguel veicular, buscando balancear o financeiro. Castro afirma que tem ótimas expectativas, e que, com o retorno ágil de entrega dos veículos novos, a empresa pretende resgatar esse faturamento até o fim do ano.

Em meio a esse impasse do retorno total de entrega dos veículos vindos das indústrias, o setor automobilístico deve seguir crescendo, e os veículos continuarão com seus índices de valorização alto. Shirley afirma que com a alta demanda, dependendo do modelo, as ofertas tendem a aumentar muito, e um carro adquirido por R$77 mil tem crescimento de 10% no valor de revenda em um período de 12 a 24 meses, caso a falta de insumos permaneça.

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