Preços de produtos da ceia de Natal aumentam até 27%; veja os itens que mais subiram

Segundo a FGV, o frango inteiro teve aumento de 27,34% no preço em relação ao que era vendido no Natal do ano passado; aumento do preço dos insumos é uma das explicações

Postado em: 22-11-2021 às 16h05
Por: Giovana Andrade
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Segundo a FGV, o frango inteiro teve aumento de 27,34% no preço em relação ao que era vendido no Natal do ano passado; aumento do preço dos insumos é uma das explicações. | Foto:

O acompanhamento de preços feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), em todo o país, nos últimos 12 meses, apontou que, de maneira geral, os alimentos da cesta de Natal estão mais caros em relação ao ano passado. Os dados são uma variação acumulada de dezembro do ano passado a novembro deste ano.

O frango inteiro, um dos alimentos mais procurados nesta época do ano, foi o que mais subiu, com alta de 27,34% no preço. Em seguida aparece o ovo, normalmente usado nas saladas, que aumentou 20%. Depois vêm os “pães de outro tipo” (que inclui o pão de rabanada) com aumento de 11,12%, o bacalhau (7,98%), vinhos (7,77%), lombo suíno (6,48%) e o pernil suíno (3,44%).

Para o consultor de varejo Marco Quintarelli, o aumento da carne de frango e dos ovos, os itens que mais sofreram reajustes em relação ao ano passado, é principalmente em decorrência do aumento do preço dos insumos, como o farelo de soja e de milho, tanto para exportação como para o mercado interno, mas outras justificativas também colaboraram para o encarecimento.

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“O aumento de energia elétrica e do diesel, por exemplo, também influenciaram no aumento do frango. E, além disso, houve o aumento do consumo em decorrência da alta dos preços das carnes”, explicou Quintarelli.

Matheus Peçanha, economista do Ibre FGV, lembra que o fato do frango ser criado em granja o torna muito dependente de ração à base de milho ou de soja. “Por problemas climáticos, como a estiagem que dura mais de um ano e a geada no último inverno, as safras de milho e soja foram muito prejudicadas, e a criação dos frangos saiu cara. Já o boi é criado solto e pode pastar, e o suíno pode ter a lavagem variada”, diz.

Dos itens analisados pelo Ibre, apenas o arroz teve queda no preço (-4,25%). O preço da carne de boi está em retração após um longo período de altas, mas, apesar da redução em torno de 20% das carnes vermelhas consideradas de primeira, o item “carnes bovinas” segue registrando alta e, nesse levantamento, aparece 18,68% mais caras do que o observado em dezembro de 2020.

Segundo um levantamento prévio feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) na semana passada, o preço da cesta de Natal já subiu 5,91% neste ano. Segundo a fundação, no final de 2020 a cesta de alimentos natalinos custava em torno de R$ 309,86, e neste ano está com valor aproximado de R$ 328,17. O aumento total é de cerca de R$ 18. Neste cálculo da Fipe, o panetone, por exemplo, teve alta de 25%, assim como o morango, usado em algumas sobremesas de Natal.

Para o gerente de uma loja de vinhos na Cadeg, no Rio, a variação do dólar influenciou no poder de negociação dos comerciantes e dos clientes. “A oscilação da moeda está dificultando até de conseguir novos clientes. O jeito é diversificar. Quem comprava um vinho de R$ 200,00, que subiu para R$ 350,00, está optando por um produto semelhante, só que de menor valor menor, de até R$ 150,00”, disse.

“Geralmente, o azeite e o vinho têm uma parcela importada grande no mercado. E fatores de incerteza da pandemia e fatores políticos levaram os câmbios para as alturas. Assim, o preço interno sobe”, complementa Matheus Peçanha.

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