Comprar online na Black Friday exige cuidados para não cair em golpes

A Black Friday nos comércios brasileiros ocorre nesta sexta-feira (26), e promete trazer muitas oportunidades de bons negócios para consumidores e lojistas. O “esquenta” para a data já está ocorrendo desde segunda (22/11), com promoções em diversos setores, especialmente no ramo de eletroeletrônicos e vendas online. Aos que pretendem aproveitar a data para comprar pela internet, especialistas em negócios recomendam cautela para não cair em golpes de lojas falsas ou ofertas do tipo “tudo pela metade do dobro!”.

Isso porque a modalidade on-line deverá ser o principal modal de compras neste fim de ano, repetindo o padrão do ano passado. Conforme a pesquisa Barômetro Covid-19, realizada pelo instituto de consultoria Kantar, o Brasil registrou no primeiro ano de pandemia um aumento de 30% no número de compras realizadas pela internet, o maior percentual da América Latina, mostrando uma mudança no hábito de comprar dos brasileiros. Para a Black Friday de 2021, projeções apontam que a data deve movimentar mais de 5 bilhões de reais. Período muito rentável, mas que requer atenção redobrada no que se refere a cibersegurança.

Segundo o Procon Goiás, são comuns neste período infrações chamadas de maquiagem de preço, quando comerciantes elevam o valor dos itens na véspera da Black Friday para simular um desconto na data. Há também a não entrega dos produtos comprados, observada principalmente nas compras on-line. Por esse motivo, propagandas enganosas de ofertas em lojas on-line também são fiscalizadas pelo órgão.

Se não bastasse o perigo de ofertas enganosas, quem compra em sites com segurança vulnerável corre o risco de ter seus dados roubados, como informações de cartões de crédito. Segundo o especialista em cibersegurança Gustavo de Camargo, diretor da VU Security Brasil, o consumidor deve estar atento às situações atípicas e saber agir para não cair em armadilhas. “Os cibercriminosos estão atualizados e constantemente em busca de novas maneiras de operar. O objetivo é furtar os dados pessoais dos compradores. Isso pode levar ao roubo de identidade para fazer compras, contratar empréstimos, duplicar cartões de crédito, entre outras possibilidades”, afirma.

Dicas de segurança

O primeiro ponto a ser observado por quem pretende aproveitar as ofertas da Black Friday pela internet é identificar a reputação do site vendedor. Ler opiniões de outros compradores pode ajudar a atestar a veracidade do site ou da oferta anunciada. É comum as lojas receberem algumas críticas, mas quando todas as opiniões são positivas, isso é um sinal de alerta. Também é importante conhecer as políticas de garantia, reembolso e devolução, caso haja algum problema com o pedido.

Antes da compra, é importante proteger sua rede Wi-Fi doméstica com uma senha forte e, se possível, evitar compartilhá-la. Se for necessário fazer uma compra fora de casa, certifique-se de que ninguém consegue ver sua tela e que o dispositivo utiliza sua rede móvel de dados em vez de uma rede Wi-Fi pública. Garanta que o site que está acessando tenha protocolos de segurança. O primeiro e mais comum é o “https” no início do endereço do site, que geralmente é acompanhado por um ícone de cadeado ou escudo. Ao pagar pelos produtos, verifique se os dados de seu cartão não serão salvos para compras futuras.

Em caso de falha no pagamento, o consumidor deve confirmar se não foi feita a cobrança no cartão antes de partir para uma nova tentativa. Os processos de pagamento podem levar até um minuto; durante esse tempo, não tente atualizar o navegador. Além disso, não forneça os detalhes completos do cartão a estranhos.

Além dessas dicas, o consumidor tem o direito de verificar a veracidade das promoções, podendo pedir aos comerciantes o histórico de preço do produto anunciado nos últimos 12 meses, em conformidade com a Lei Estadual nº 19.607/2017.

Expectativa por bons números

A Black Friday de 2021 tem criado otimismo entre os pequenos e médios empresários (PME). Levantamento realizado pela Boa Vista, empresa de inteligência analítica, mostra que 54% dos entrevistados esperam um aumento no faturamento para o período, enquanto apenas 39% declararam o mesmo em 2020. Além das boas expectativas para período, o levantamento detectou um aumento significativo na quantidade de empresas que passaram a fazer negócios online nos últimos dois anos.

Cerca de 64% dos PMEs estão apostando em fazer negócios online, enquanto em 2019, menos da metade, 46%, faziam vendas digitais. “Esse aumento do uso do e-commerce foi impulsionado pela pandemia, quando as empresas passaram a investir na digitalização dos seus negócios para se adaptar às restrições sanitárias”, explica Flávio Calife, economista da Boa Vista.