Quinta edição da Feira das Pretas + busca fortalecer microempreendedoras no final de ano

Evento reúne micro e pequenas afroempreendedoras de economia criativa, moda, artesanato, gastronomia e produção cultural, com a proposta de gerar renda e superar a vulnerabilidade econômica de mulheres racializadas

Postado em: 14-12-2021 às 17h08
Por: Giovana Andrade
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Evento reúne micro e pequenas afroempreendedoras de economia criativa, moda, artesanato, gastronomia e produção cultural, com a proposta de gerar renda e superar a vulnerabilidade econômica de mulheres racializadas. | Foto: Divulgação

A quinta edição da Feira das Pretas +, realizada no próximo final de semana (18 e 19/12), no terceiro piso do Shopping Bougainville, encerra o ano de 2021 com a proposta de aquecer as vendas das pequenas afroempreendedoras. O evento acontece das 10h às 22h no sábado, e das 14h às 20h no domingo.

Realizada desde julho, a Feira das Pretas + é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas. A proposta do projeto é estimular pequenos negócios de grupos de mulheres negras, indígenas e de comunidades tradicionais, que amam o que produzem e fazem girar o black money, ou seja, o dinheiro de pessoas racializadas.

A Feira das Pretas + reúne micro e pequenos empreendimentos de economia criativa, moda, artesanato, gastronomia e produção cultural. Além disso, objetiva a geração de renda, superação da vulnerabilidade econômica, fortalecimento e valorização do afroempreendedorismo em Goiás. “A ação fortalece projetos de economia criativa com atenção à diversidade étnica e racial que existe no município”, explica a secretária de Direitos Humanos, Cristina Lopes.

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De acordo com a organização, o projeto tem gerado bons resultados. Dados da secretaria apontam que A Feira das Pretas +, que acontece mensalmente, já movimentou mais de R$ 92 mil nesses últimos quatro meses, e atrai, a cada edição, cerca de 500 visitantes. Para dezembro, com as festas de final de ano, a expectativa é maior. “Quero fechar 2021 de forma positiva: divulgar bem meu trabalho, vender na feira e ter dinheiro no bolso”, planeja a artesã Érica Regina dos Santos.

Para a artesã Renata Caetano, idealizadora do projeto, a Feira das Pretas + tem o intuito de criar e possibilitar estratégias de mercado frente ao índice crescente de desemprego, que já existia e se alarma na pandemia, da população negra, em específico da mulher negra. “A Feira representa um espaço de representatividade, diversidade e equidade. Levantamos pautas de discussões sobre racismo estrutural e as disparidades que dele advém. Para além do espaço físico, é um espaço de empatia, afeto”, reforça Renata.

Panorama geral

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no Brasil 27,1% do afroempreendedores começam um negócio por falta de emprego ou outra ocupação, como forma de sustentar suas famílias. Segundo o Sebrae, há mais microempreendedores entre os pretos e pardos (68%) do que entre brancos (49%), e as mulheres são a maioria esmagadora de empreendedores negros. Entre elas, 58% buscaram empréstimos com bancos, mas não o conseguiram para estabelecer seu próprio negócio.

Nesse contexto, espaços como o da Feira das Pretas + são alternativas para a afroempreendedora reunir força por meio do coletivismo, fortalecer o próprio negócio e prosperar para gerar renda para ela e família. “É uma forma conjunta de estimular outras mulheres negras a ressignificar suas vidas”, pontua Renata Caetano.

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