Quinta-feira, 28 de março de 2024

Banco Central estima que inflação ficará acima de 10% em 2021, maior índice desde Dilma

Instituição elevou de 8,5% para 10,2% sua previsão de inflação para este ano, bem acima da meta de inflação deste ano, que é de 3,75% sendo considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%

Postado em: 16-12-2021 às 11h19
Por: Giovana Andrade
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Instituição elevou de 8,5% para 10,2% sua previsão de inflação para este ano, bem acima da meta de inflação deste ano, que é de 3,75% sendo considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. | Foto: Reprodução

O Banco Central informou, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira (16/12), que elevou de 8,5% para 10,2% sua estimativa de inflação para o ano de 2021, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Se a projeção foi confirmada, será a primeira vez que o índice oficial atinge o patamar de dois dígitos desde 2015, quando o IPCA somou 10,67% no governo de Dilma Rousseff.

A expectativa, que consta no relatório de inflação do quarto trimestre deste ano, considera a trajetória estimada pelo mercado financeiro para a taxa de juros e de câmbio neste ano e no próximo.

Em 2021, o centro da meta de inflação é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Assim, a projeção do BC está bem acima do teto do sistema de metas. Atualmente, a taxa Selic está em 9,25% ao ano, o maior patamar em mais de quatro anos.

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A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia. Em setembro deste ano, o BC já havia confirmado que a meta não será cumprida. Quando isso acontece, a instituição tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

Entre outros pontos, o Banco Central avalia que a alta da inflação neste ano é resultado do significativo aumento dos preços de “commodities” (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos, minérios e petróleo, que impulsiona o preço dos combustíveis), da crise energética, por meio dos seus efeitos nas bandeiras tarifárias, o que representou nova onda de choque de custos na economia, e da alta do dólar, que eleva o preço de produtos e insumos importados.

Para 2022, o BC prevê inflação de 4,7%, com a meta central de inflação de 3,5%, que será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. No último relatório Focus, os economistas consultados semanalmente pelo BC projetaram alta de 10,05% no IPCA de 2021 e de 5,02% em 2022, o que faria com que a autoridade monetária descumprisse a meta por dois anos seguidos. O Banco Central, no entanto, só admite que não cumprirá a meta este ano.

Entretanto, a instituição informou no relatório desta quinta que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2022 ficar acima do teto da meta, de 5,00%, está em 41%, enquanto no documento divulgado em setembro a chance prevista era de 17%.

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