Cresce o investimento nos Modais Ferroviários do Brasil

Governo Federal espera que o modal ferroviário chegue a representar cerca de 45% da matriz de transportes até 2035.

Postado em: 18-12-2021 às 09h21
Por: Alexandre Paes
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Governo Federal espera que o modal ferroviário chegue a representar cerca de 45% da matriz de transportes até 2035. | Foto: Reprodução/Internet

Desde o lançamento do programa Pró-Trilhos, em setembro, o governo anunciou que recebeu 36 propostas de novos empreendimentos ferroviários a serem implantadas com investimentos exclusivamente privados pelo regime de autorização. São 11,1 mil quilômetros de nova malha ferroviária em 14 Estados, somando mais de R$ 150 bilhões em investimentos. Desse total, 17 projetos já tiveram a viabilidade atestada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O ministério informou que, das primeiras empresas autorizadas, somente a Ferroeste já atua no segmento ferroviário como concessionária. As demais, informou a pasta, são consideradas novos operadores. Essas empresas que estreiam no setor ferroviário com o contrato de autorização são vinculadas a terminais de uso privados em portos ou companhias consideradas donas das cargas que deverão usar a nova malha.

O desenvolvimento do modal ferroviário é um dos destaques do Plano Nacional de Logística (PNL), já que o governo prevê um avanço significativo do modal, que é considerado mais eficiente e menos poluente que o transporte por rodovias, predominante no Brasil. Hoje, as rodovias respondem por mais de 60% da matriz, em comparação com cerca de 15% de participação das ferrovias.

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O Ministério da Infraestrutura tem a expectativa de que o modal ferroviário chegue a representar cerca de 45% da matriz de transportes até 2035. Somente na última semana, o governo assinou os 9 primeiros contratos de autorização ferroviária, é até o momento, a pasta já recebeu 48 pedidos.

Para chegar a esse novo patamar, o governo conta com novos leilões de ferrovias e a execução das obras já previstas. Entre os destaques da malha está Ferrovia Norte-Sul (já licitada), a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (com primeiro tramo já leiloado), a Ferrovia de Integração Centro-Oeste, e a Ferrogrão, que sofre alguns empecilhos jurídicos para sair do papel.

Neste caso, a expansão e desenvolvimento da infraestrutura de transportes no Brasil pode necessitar de até R$ 789 bilhões em investimentos. Esse montante é considerado para um cenário de máxima oferta no País, segundo o PNL, que estima um crescimento do PIB potencializado de 6% a 11% com os investimentos em infraestruturas de transporte, até 2035.

Modal Ferroviário em Goiás

Em Goiás, o lançamento da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) ocorreu em setembro deste ano, e o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, comentou que não podemos deixar de dar ênfase para as ferrovias, pois são projetos de suma importância que vêm acontecendo desde setembro de 2021. “Esse será um dos caminhos para o reequilibro da matriz de transporte”, afirmou o ministro da Infraestrutura.

Com a construção de mais uma linha de integração do ramal ferroviário, a Fico promete alavancar a economia do país. Serão construídos cerca de 383 quilômetros de trilhos da Fico, que vai ligar o município de Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT). “A construção destes ramais ferroviários pretendem melhorar a economicidade dos produtos, e agilidade no tempo de chegada até o destino final”, afirmou o economista Cláudio Henrique de Oliveira.

Já para o mestre em economia, Luiz Carlos Ongaratto, a Fico tem o intuito de ligar as regiões centrais do Centro Oeste, em especial os estados de Goiás e Mato Grosso, possibilitando integrar o eixo ferroviário Norte-Sul, o que trará uma competitividade no escoamento da produção de grãos do país.

Giro econômico no estado

De acordo com Luiz, a ferrovia de integração centro oeste vai proporcionar com que o estado de Goiás seja melhor explorado, no sentido de ganhar investimentos na área de agrícola, e diminuição no custo da produção de grãos, pelo fato de ser um método de transporte mais econômico.

Atualmente o modal ferroviário representa 15% do total dos modais do Brasil, e com a integração e conclusão dessas ferrovias, o modal ferroviário vai proporcionar a modernização do país. “A ideia da Fico é ter mais controle e alternativas logísticas para que essa competitividade seja além das porteiras das fazendas, e seja uma competitividade global” afirma Luiz Carlos.

Segundo o Governo Federal, serão destinados R$ 2,7 bilhões ao projeto. A construção da Fico foi possibilitada por investimento cruzado, utilizando a renovação antecipada de contrato com a Vale S/A pela Estrada de Ferro Vitória-Minas. A Vale e Valec são parceiras na execução da obra, que pode gerar até 4,600 empregos, entre diretos e indiretos.

No geral, a Ferrovia de integração Centro-Oeste tem expectativa de reduzir os custos com transporte, além de oferecer maior velocidade e volume na movimentação de cargas, principalmente do setor agrícola.

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