Varejo e atacarejo fecham ano com saldo positivo

Setores de varejo familiar, cosméticos, turismo e transporte apresentam resultados sobressalentes

Postado em: 29-12-2021 às 12h00
Por: Igor Afonso
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Setores de varejo familiar, cosméticos, turismo e transporte apresentam resultados sobressalentes | Foto: Reprodução

Com um cenário econômico desafiador, inflação em alta e PIB em baixa, o consumidor precisou repensar algumas práticas e buscar melhores preços para os produtos domiciliares.

Com isso, cada vez mais o “atacarejo” ganha destaque no varejo alimentar e se, antes esse segmento era o preferido dos pequenos comerciantes, hoje ele já está presente na vida dos consumidores pessoa física, não havendo mais aquela obrigação de compra em grandes quantidades. Outras facilidades que esse segmento tem apresentado ao seu público são a aceitação de todos os tipos de cartões – de crédito e/ou débito -, a possibilidade do pagamento via pix QR Code e a ampliação no número de lojas.

Antônio do Carmo é proprietário de um pequeno comércio na região noroeste de Goiânia e constata que para o seu comércio é mais rentável comprar em grandes empresas de atacarejo. “Faz pouco menos de dois anos que eu comecei a abastecer a mercearia com produtos de atacadão e é bem mais rentável para mim. Às vezes até produtos que compro para a minha casa ou para alguém da família, que seja em grandes quantidades, é melhor comprar por lá”, explica.

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Essa projeção de crescimento no setor foi destaque em relatório do Itaú BBA que apontou que dentro do varejo familiar, o setor de atacarejo ganhou destaque nos últimos anos. “Pela primeira vez temos uma imagem clara da indústria em dois momentos diferentes, em 2019 e 2021, e observamos que, apesar das três grandes empresas – Carrefour (Atacadão), Assaí e Grupo Mateus – expandirem com retornos marginais decentes, elas foram responsáveis por apenas 26% das 370 aberturas líquidas (aberturas menos fechamentos) de atacarejo nos últimos dois anos, enquanto os regionais foram responsáveis pela maior parte das inaugurações de lojas desde 2019”, apontam os especialistas.

O relatório do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) de novembro deste ano também reflete o volume de vendas percebido pelos lojistas, que apresenta crescimento de 14,5% quando comparado a 2020. Contudo, descontando os efeitos de aumento de preços no período, o ICVA deflacionado, após queda no mês de outubro, apresentou crescimento de 2,1% na comparação com novembro de 2020.

Uma possível causa para essa aceleração nas vendas do varejo foi a diluição das vendas da Black Friday ao longo de todo o mês, uma vez que, apurado pelo ICVA, o final de semana do evento em si registrou resultado inferior ao do ano passado. Outro fator que ajudou no resultado positivo para o setor foi o mês de novembro possuir uma terça-feira (dia de forte movimento no comércio) e um domingo (dia mais fraco de vendas) a menos neste ano.

Setores

Descontada a inflação e com os ajustes do calendário, todos os macrossetores do ramo do varejo apresentaram crescimento. No macrossetor de Bens Não Duráveis foi Cosméticos e Higiene Pessoal.

Para a empreendedora Ester Santos, que possui uma loja na região central de Goiânia, essa retomada positiva é em razão das festas de fim de ano e o afrouxamento das restrições colocadas em detrimento da pandemia de Covid-19. “As pessoas estão, finalmente, saindo de casa e indo em festas, aniversários, eventos, viajando com mais tranquilidade, todo mundo que estar bonito e arrumado, a vendas de cosméticos voltou a bombar”, justifica.

Outros macrossetores que se destacam são Ótica e Joalherias, sendo destaque no macrossetor de Bens Duráveis e Semiduráveis. Já em Serviços, o destaque positivo foi Turismo e Transporte. O que para Jefferson Morais, trabalhador do ramo do transporte de turismo, se dá em razão do período de férias escolares.

“Claro que com a pandemia, o setor de transporte enfrentou muita dificuldade, mas agora, que tudo reabriu e as pessoas estão se sentindo mais confiantes para viajarem, então o fluxo é bem maior. Esse fim de ano está sendo diferente do ano passado, com as férias escolares e a vacinação – contra a Covid-19 – andando mais rápido, não fiquei parado em nenhuma semana, era o que estávamos precisando. O retorno demorou, mas chegou com tudo”, relata. (Especial para O Hoje)

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