Startups brasileiras captam US$ 591 milhões em janeiro e alta anual chega a 70%; entenda

Apesar dos impactos causados pela pandemia, o Brasil representa 45% dos valores da América Latina

Postado em: 05-02-2022 às 17h00
Por: Vitória Bronzati
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Apesar dos impactos causados pela pandemia, o Brasil representa 45% dos valores da América Latina | Foto: reprodução

Segundo levantamento da Sling Hub, plataforma de inteligência de dados sobre o ecossistema de startups na América Latina, as empresas brasileiras captaram US$ 591 milhões por meio de 62 rodadas. Os aportes, que recuaram cerca de US$ 97 milhões comparado ao ano passado, representam cerca de 45% do valor total levantado em toda América Latina no primeiro mês do ano.

As startups da América Latina somaram, juntas, cerca de US$ 1,3 bilhão em investimentos em janeiro, o que representa uma alta anual de 70%. Os aportes foram divididos em 81 rodadas com uma média de US$ 25,4 milhões por round, 56% maior do que a registrada em 2021. De todos os países cadastrados na base da Sling Hub, apenas o Peru não registrou uma rodada de financiamento.

Na distribuição de investimentos por país, a Colômbia aparece em segundo lugar com 19%, captando US$ 255 milhões. Parte dos números se deve a rodada B envolvendo a Tul, plataforma de e-commerce de materiais de construção, levantando cerca de US$ 181 milhões.

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A rodada startup, que chega ao Brasil no mês de março, só não foi maior que a realizada pela Creditas, empresa de empréstimos. Em menos de um ano, a empresa brasileira levantou US$ 260 milhões e foi avaliada em US$ 4,8 bilhões. As 10 maiores rodadas de janeiro, três delas foram brasileiras. Além da Creditas, a Gupy e a Rei do Pitaco aparecem no ranking.

O relatório, elaborado mensalmente pela Sling Hub, é baseado em mais de 2.9 milhões de dados do Brasil, México, Chile, Colômbia, Argentina, Peru e Uruguai, com quase 25 mil startups registradas.

Em questão das fusões e aquisições, é importante destacar que o Brasil foi um grande protagonista dos M&As da América Latina. Ele conseguiu concentrar cerca de 88% das aquisições e 100% das fusões em janeiro. As startups especializadas na oferta de serviços financeiros totalmente digitais Cobre Fácil e Credoro se destacaram entre as fusões e o Quinto Andar, plataforma de aluguéis de casas e apartamentos, se destacou entre as aquisições.

O número de fusões e aquisições na América Latina dobraram em relação ao mesmo período de 2021. Foram registrados 30 apenas em janeiro, sendo que foram 25 aquisições e 5 fusões.

Registros de 2021 e expectativas para 2022

O último ano foi bastante animado, marcado por 10 empresas que alcançaram a avaliação de US$ 1 bilhão e quebraram recorde em investimentos de risco. Segundo dados, o Brasil registrou cerca de US$ 10 bilhões em aportes. O número é 2,5 vezes maior do que foi investido em 2020, e o maior desde o início do estudo, em 2011.

O ano de 2021 teve o maior número de novas startups que superam o valor de mercado de US$ 1 bilhão. Entre elas estão as empresas MadeiraMadeira, Hotmart, C6 Bank, Mercado Bitcoin, Unico, Frete.com, Merama, Facility, CloudWalk e Olist. Registrando 21 empresas brasileiras na lista. A expectativa é o número cresça em 2022.

Segundo o cofundador do Distrito, Gustavo Gierun, os valores registrados em 2021 e os que foram registrados no primeiro mês de 2022 refletem um movimento de digitalização das empresas – intensificadas durante o período da pandemia, gerando uma maturidade das startups no Brasil.

As expectativas da Sling Hub é que se as startups brasileiras repetirem o mesmo crescimento que apresentaram ano passado, é possível que fechem este ano com um valor investido de US$ 29,4 bilhões. Em entrevista, o CEO da Sling Hub, João Ventura disse mesmo que o mercado cresça apenas a metade do que cresceu no período anterior, eles iriam fechar o ano com um total maior que o do ano passado, que foi de US$ 19,7 bilhões.

Entre as favoritas dos especialistas estão as companhias que operam em blockchain e o biotech, que é um modelo de negócio que visa utilização de seres vivos para desenvolver produtos para o setor agrícola, farmacêutico e alimentício.

Além disso, as novas tecnologias, como o 5G, podem acelerar as oportunidades dos investimentos, impulsionando as tecnologias de realidade aumentada, NFTs, virtualização e, até mesmo o novo investimento dos donos de startup, o metaverso. Esse novo ‘ecossistema’ é gigantesco já que é uma nova forma de interagir e consumir a tecnologia.

(Especial para O Hoje)

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